Associação alerta para insegurança alimentar no bairro Granja Portugal

Falta de alimentação, saneamento básico e espaços de lazer fazem parte do dia-a-dia da comunidade nas imediações do Rio Maranguapinho

21:05 | Jan. 30, 2023

Por: Bia Freitas
Mais de 300 famílias cadastradas são atendidas nos almoços comunitários (foto: Divulgação )

Moradores do bairro Granja Portugal, em Fortaleza, têm lidado com insegurança alimentar, falta de espaços de lazer para as crianças e de saneamento básico, situações que se agravam com o período de chuvas na Capital. A Associação Queira o Bem, que atua na comunidade, denuncia a realidade e tem buscado recursos para abrandar as demandas e tentado alertar o poder público para a situação.

Há cerca de quatro anos, a Associação tem realizado almoços comunitários para atender a mais de 300 famílias. Além dos almoços, que acontecem semanalmente às quartas-feiras, são promovidos os sopões às quintas-feiras. O local funciona como principal local de lazer para as crianças da comunidade.

No entanto, a entidade, que conta com cinco voluntários e dois colaboradores, tem dificuldade de atender todas as pessoas que dependem da cozinha comunitária para a alimentação. Paula Oliveira, coordenadora da Associação Queira o Bem, lembra que a situação começou a piorar com a pandemia quando, com a diminuição das doações de proteína e insumos, a comida que era feita todos os dias passou a ser feita uma vez por semana.

Com o período de chuvas em Fortaleza, a demanda por alimento tende a se agravar ainda mais. Os alagamentos, principalmente nas regiões próximas ao Rio Maranguapinho, têm deixado famílias sem condições de obter alimento.

 

Paula relata que visitou, na manhã desta segunda-feira, 30, uma das casas alagadas pela chuva na região e ajudou a retirar alguns móveis que não foram inutilizados pela água. Em algumas residências, ela explica, a comida não é cozinhada a gás, mas com carvão - por causa do preço- realidade que tem se tornado mais difícil com o período de chuvas.

Para lidar com as diferentes demandas da comunidade, a entidade conta com doações e parceiros e tem buscado arrecadar o suficiente para alimentar 600 famílias. Porém, a meta não tem sido alcançada. Segundo Paula, muitas pessoas chegam com horas de antecedência para as ações e almoços, enquanto 

Paula conta que, por causa da falta de equipamentos de lazer na região, a Associação Queira O Bem, na R. João XXIII, acabou se tornando o principal lugar para promoção de atividades voltadas para as crianças. No espaço, voluntários oferecem atividades como jiu-jítsu, capoeira, teatro, reforço escolar e atendimento psicológico.

Diante da precariedade que presencia, Paula tem tentado conseguir a atenção do poder público para sanar os problemas enfrentados pela comunidade. “A gente sempre pede às autoridades que eles venham olhar um pouco para a comunidade, sobre os esgotos, ou que eles possam também ver a dificuldade da gente com as bolsas de lodo que estão entupidas de lixo,” relata.

Serviço:

Telefone da Associação Queira o Bem: (85) 98530-8649

Instagram: @associacao_queira_o_bem

Pix da Associação (CPF): 00458999326