Mudança de atendimentos de urgência na região da Barra do Ceará confunde pacientes
Mesmo diante do alto fluxo de casos emergências, UPAs não apresentaram lotação na tarde de quarta, 21. O objetivo da Secretária de Saúde é ampliar a ação para outros hospitais da Cidade
23:13 | Dez. 21, 2022
Um dia após mudança nos hospitais Nossa Senhora da Conceição (HDNSC) e Gonzaga Mota da Barra do Ceará (Gonzaguinha da Barra), em Fortaleza, alguns pacientes que residem nas proximidades das unidades de saúde ficaram confusos quando buscaram consultas nessa quarta-feira, 21. Agora, os dois hospitais oferecem atendimento exclusivo a demandas obstétricas e ginecológicas, mas os atendimentos de urgência são direcionados às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Os pacientes do HNSC passaram a ser direcionados aos 37 leitos das UPAs do Conjunto Ceará e Autran Nunes. Já os que moram nas redondezas do Gonzaguinha da Barra precisam se locomover até os 40 leitos presentes nos bairros Vila Velha ou Cristo Redentor.
Maria Rosimeire da Silva, 50, e a filha, Thaís Nascimento, 20, que precisavam de atendimento obstétrico e ginecológico urgente, chegaram a marcar consulta no HNSC e foram impossibilitadas de entrar. “Nem sabíamos, foram os seguranças, agora, que notificaram a troca”, contou a mãe. “O jeito é ir para as UPAs, né? Acho que a do Conjunto Ceará é a mais perto”, disse Thais.
Caso idêntico aconteceu no Gonzaguinha. Edivania Sousa Silva, de 49 anos, estava com pressão alta na manhã de quarta-feira, 21. Olavo Júnior, seu esposo, foi levá-la ao Pronto Atendimento. Por morarem na Barra, eles acharam pertinente ir direto até o hospital. Ao receberem a notícia, já no local, a opção foi se deslocarem até a UPA do Vila Velha. Olavo conta que eles chegaram às 11h40min e saíram por volta das 13h30min. "Tinham umas 22 pessoas na minha frente", afirmou, na saída da unidade.
Segundo a secretária da Saúde de Fortaleza, Ana Estela Leite, os profissionais da saúde da rede pública foram instruídos a alertar o público sobre a alteração. Além disso, ela pondera que eles devem encaminhar os pacientes que já recebem consultas periódicas e necessitam de internação para serem alocados nos novos leitos disponíveis.
A secretária diz que, mesmo havendo implantação de mais UPAs desde 2012 na Capital, ainda não é possível atender todas as demandas. Sendo assim, ela observa que esta é uma manobra estratégica que prioriza as principais carências dos fortalezenses. “A rede se adequa para conseguir abranger toda a população.”
“Demos o primeiro passo no Gonzaguinha. Já estamos dando passos adiante em busca de aliar os atendimentos destes casos urgentes em outros hospitais. Sabemos, por exemplo, que o IJF, Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann são alguns que já possuem os mesmos perfis epidemiológicos”, revelou.
Para Wanda Felix Chaves, de 36 anos, que visitou o Gonzaguinha acompanhada da amiga, Célia Maria dos Santos, 46, o local continua sendo referência para as consultas obstétricas de baixa complexidade.
Wanda deu à luz a uma das filhas, atualmente com 5 anos, no Pronto Atendimento do espaço. “Vim aqui algumas vezes. Pari aqui. Continua tudo ótimo". O letreiro com a palavra "Pronto Atendimento" já foi removido da faixa de entrada do Hospital Gonzaga Mota.