Residencial no Siqueira é o segundo a receber base de Polícia Comunitária
Conjuntos residenciais no Jangurussu são alvos de crimes violentos desde o início de dezembro. Governadora afirma que a implementação de bases do Copac nesses locais entra no "radar" da SSPDSA 8ª base do Comando da Polícia Militar para Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) foi inaugurada nesta sexta-feira, 9, no Residencial Miguel Arraes, localizado no bairro Siqueira. Esta é a segunda base do comando implantada em um conjunto residencial de Fortaleza. Com 25 policiais e cinco viaturas, a composição tem o objetivo de estreitar relações com a comunidade.
Edna de Sousa, 40, moradora do residencial, considera o local tranquilo, mas acha necessária a presença da Polícia. “Teve uma época mais complicada, mas agora está ótimo. Tem creche, escola para as crianças. Não tem bagunça, chafurdo ou confusão”, disse a dona de casa.
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A manicure Jocyane Aguiar de Sousa, 28, também acredita que a base pode trazer mais segurança, mesmo achando que nos últimos tempos o clima no residencial “acalmou mais”.
De acordo com a governadora Izolda Cela, a localização das bases é escolhida após análise de dados de segurança pública das regiões. Em Fortaleza, além do Siqueira, o policiamento está presente nos bairron es Conjunto São Miguel, Vicente Pinzón e Ancuri, que recebeu a primeira base da Capital no residencial Luiz Gonzaga.
No policiamento proposto pelo Copac, a proximidade com os moradores do entorno é um dos pilares. "Isso não é passe de mágica, na verdade é um processo. Envolve um fortalecimento e, em certa medida, um resgate do crédito de confiança da comunidade nas forças de segurança", afirma Izolda.
"Em locais onde a base já foi instalada, a gente nota que já havia uma relação de confiança, mas também nota que ela se reforça", diz o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Sandro Caron. Para ele, a sensação de segurança deve ser tão importante quanto melhorar os índices criminais.
A base conta com um telefone próprio para receber ligações da população: (85) 98226 6010.
"Nós devemos isso aos residenciais"
Desde o início do mês de dezembro, moradores de conjuntos residenciais do bairro Jangurussu enfrentam ameaças e tiroteios após o racha entre membros da facção Guardiões do Estado (GDE). Acesso a serviços básicos, como saúde e educação, fica comprometido porque os residentes têm medo de circular.
Segundo apuração do O POVO, de domingo, 4, até terça-feira, 6, três homicídios ocorreram nas áreas dos residenciais Maria Tomásia e José Euclides. Os tiroteios continuam a ocorrer, sendo registrado mais um ataque na madrugada de quinta-feira, 8. Sandro Caron afirma que reforços policiais foram feitos nos locais de conflito nos últimos dias.
“A Polícia Civil vem fazendo o trabalho dela no sentido de identificar e mapear as pessoas que estão praticando crimes violentos ali. O objetivo é conter os fatos ocorridos nos últimos dias e a situação voltar à normalidade”, diz o secretário.
Os residenciais alvos dos atos criminosos ficam na mesma Área de Segurança Integrada das duas primeiras bases do Copac em Fortaleza, a AIS 3. Policiais do comando chegaram a ser deslocados para auxiliar nas ocorrências.
Perguntada sobre a possível implementação de uma base do Copac no residencial José Euclides, a governadora respondeu que “certamente isso vai entrar no radar e no planejamento da secretaria de segurança”.
“A ideia é que possamos avançar nisso, nas necessidades de Fortaleza. E muito especialmente os residenciais. Eu acho que nós devemos isso aos residenciais, nós, o Estado. Não falo só com relação à Polícia, mas uma força maior de ações sociais para a juventude, para as mulheres, para as pessoas que ali vivem, que têm sua casa própria, mas precisam de uma ambiência melhor. Moradia envolve isso”, afirma Izolda.