Prefeitura de Fortaleza alerta população sobre problemas na tireóide
Dos meses de janeiro a outubro, foram registrados 9.863 casos de pacientes com problemas de tireóide na Capital
19:01 | Dez. 05, 2022
As equipes de saúde da Prefeitura de Fortaleza alertam sobre os problemas relacionados à tireóide, órgão responsável pelo equilíbrio do metabolismo do corpo humano e por atribuições de outros órgãos e tecidos que atuam na respiração, temperatura e controle hormonal, por exemplo.
As disfunções que afetam a tireóide são uma resposta direta do sistema endócrino a alteração hormonal da T3 (triiodotironina) e T4 ( tiroxina), que podem causar problemas cardíacos, ciclo menstrual desregulado, peso, capacidade de concentração, musculatura, problemas intestinais, alteração de humor e intensificação de problemas emocionais, como depressão e ansiedade.
Dos meses de janeiro a outubro, foram registrados 9.863 casos de pacientes com problemas de tireóide que passaram a fazer acompanhamento com médicos endocrinologistas em uma das quatro policlínicas da Capital, que são: Dr. José Eloy da Costa Filho, no bairro Bonsucesso, Policlínica Dr. Lusmar Veras Rodrigues, no bairro Jóquei Clube, Policlínica Dr. João Pompeu Lopes Randal e Policlínica Dr. Luiz Carlos Fontenele, ambas no bairro Passaré.
Diferença entre hipotireoidismo e hipertireoidismo
Pode-se citar dois problemas específicos quando se trata de disfunções na glândula tireóide, o hipotireoidismo e o hipertireoidismo, ambos causados por alterações na produção de hormônios T3 e T4.
O hipotireoidismo é a queda da produção hormonal da glândula e o hipertireoidismo é a produção excessiva desses hormônios. Na maioria dos casos, os problemas são respostas inflamatórias da Tireoide de Hashimoto, doença autoimune que o organismo produz anticorpos desfavoráveis à glândula, minimizando seu trabalho de produção.
As alterações da glândula são identificadas a partir de exames de sangue, físicos e ultrassonografia na região do pescoço, solicitados por um endocrinologista para melhor diagnosticar as alterações.
Os sintomas de hipertireoidismo apresenta alterações no ritmo cardíaco, insônia, cansaço, ansiedade, perda de peso, dentre outros. No hipotireoidismo, o paciente apresenta sonolência, dores nas articulações, lapsos de memória, depressão, palidez, problemas de libido e ganho de peso sem justificativa.
As causas das disfunções têm relação com uso de medicamentos, problemas autoimunes ou de natureza congênita, mas alguns hábitos como sedentarismo, baixa ingestão de iodo, estresse, consumo excessivo de cafeína, tabagismo e baixa ingestão de gorduras saudáveis podem interferir no equilíbrio da glândula.
Câncer de Tireóide
As suspeitas de um possível câncer na tireóide se iniciam com o aparecimento de um bócio, que forma um caroço que pode ou não apresentar pequenos nódulos que causam desconforto, tosse e rouquidão. O bócio é diagnosticado com avaliações de histórico familiar, juntamente com o exame de toque e de sangue.
Tratamento
O tratamento de hipotireoidismo consiste na reposição sintética de T4 e no hipertireoidismo é de costume o uso de medicamentos que param os efeitos ou a produção hormonal, ou a remoção total ou parcial da tireóide, sendo necessário o acompanhamento médico a longo prazo.
No caso do câncer, o tratamento varia de acordo com o tipo e o estágio em que se encontra o tumor. Se os exames para câncer apresentarem resultados positivos, a retirada da glândula pode ser necessária juntamente com acompanhamento vitalício semestral ou anualmente com exames regulares e medicação.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), 60% da população brasileira pode apresentar algum nódulo na tireóide em qualquer estágio da vida.
Sem o acompanhamento e os cuidados necessários, as alterações na tireóide podem piorar o quadro do paciente desde o aparecimento de doenças como osteoporose, doenças cardíacas e AVC em caso de hipertireoidismo e problemas com colesterol, anemia, dificuldade para engravidar e depressão em casos de hipoteroidismo.