Movimento em defesa do Parque Rio Branco completa 27 anos
Integrantes do Proparque se reuniram na manhã deste domingo, 4, no anfiteatro do espaço; demandas do movimento pedem revitalização do Parque Rio BrancoQuem passa pela avenida Pontes Vieira, já próximo à mudança para 13 de Maio, conhece o Parque Rio Branco apenas como um muro de tijolos com pórtico desgastado. Por dentro, a área verde é muito mais aprofundada, com centenas de árvores e uma fauna própria.
Um grupo de ativistas ambientais e moradores da região, no entanto, argumenta que há um descaso com o local. Em 1995, criaram o Movimento Proparque, que pede preservação e revitalização do espaço.
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Na manhã deste domingo, 4, a organização celebrou 27 anos de existência. Membros e apoiadores se reuniram em um piquenique no anfiteatro do Parque, elencando demandas do movimento e pedindo que a área verde receba mais atenção do poder público.
No local, falas exaltaram a relevância do Parque tanto para os moradores e usuários quanto para a própria manutenção do meio ambiente em Fortaleza. Em junho deste ano, a Prefeitura anunciou a requalificação do local. Um mês antes, O POVO esteve no Parque e constatou problemas como falta de segurança, iluminação precária, má conservação da infraestrutura e abandono de animais.
Ademir Costa e Luísa Vaz, criadores do movimento, dizem que houve avanços e retrocessos neste diálogo. Em outras gestões municipais, segundo eles, havia mais abertura à pauta. Uma audiência pública chegou a ser realizada em agosto deste ano, mas, na opinião do Proparque, o encontro não trouxe soluções.
Veja fotos da reunião do Movimento Proparque
Segundo eles, a proposta da Prefeitura é fazer uma reforma profunda do Parque. Eles alegam que a ideia removeria algumas das características fundamentais do local. Dizem também que o projeto total não foi apresentado de forma detalhada, e que as mudanças anunciadas estariam ignorando especificidades do local, que é uma Zona de Preservação Ambiental (ZPA).
O vereador Gabriel Aguiar (PSol), que estava no evento deste domingo, explica que já existem levantamentos de vida selvagem no Parque, além de conhecimento sobre estruturas naturais, como três nascentes e o curso do Rio Branco, que atravessa o espaço. Segundo ele, o projeto da Prefeitura deveria aproveitar os estudos para facilitar a criação de um Plano de Manejo.
A definição do Parque Rio Branco como ZPA consta no Plano Diretor de Fortaleza, o que, portanto deveria dar garantia de recursos para que o local tenha manutenção adequada e ações do poder público.
Segurança
Ademir reconhece que há problemas que afastam possíveis visitantes do Parque, como a falta de segurança e a estrutura precária do local. No entanto, queixa-se de que a equipe da Guarda Municipal que era mantida no local teria sido removida.
O Movimento cobra a implementação de sinalizações e restauração da estrutura física — como as grades, que foram totalmente roubadas. Outra demanda é a realização de eventos que incentivem o uso consciente do espaço.
Projeto de requalificação
Apresentado pela Prefeitura em junho, o projeto de renovação do Parque Rio Branco prevê a reforma do anfiteatro, instalação de academias, parquinhos, estacionamento e prédio da Urbfor. Os pilares existentes nas entradas devem ser restaurados, com o intuito de resguardar a memória afetiva do lugar.
O espaço deve ganhar também uma Ciclorrota, que interligará as quatro entradas às atrações do Parque. Planeja-se alargar e modificar as rotas dos passeios de pedestres, gerando "maior permeabilidade visual".
Por fim, o projeto deve incluir Areninha de futebol, quadra de beach tennis, mesa de jogos, espaço multiuso para realização de atividades ao ar livre e eventos, com cafeteria e quiosques, além de um Pet Place para os animais de estimação.
Para ter mais informações da administração municipal, O POVO procurou a Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP), que afirmou não responder pelos pontos questionados; e, por engano, solicitou retorno também à assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A pasta que deveria ter sido procurada na tarde do domingo, 4, era a de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma).
Foi questionado sobre o estado do Parque Rio Branco, os diálogos sobre revitalização e preservação da área, e solicitados dados a respeito do orçamento destinado ao espaço. Quando os órgãos responderem, a manifestação será adicionada a este texto.
Eventos no Parque Rio Branco
Atualmente, o Movimento Proparque tem duas programações fixas no Parque Rio Branco: no primeiro domingo de cada mês há um encontro dos membros, que é aberto ao público, e inclui piquenique e conversas sobre o próprio espaço e sobre educação ambiental. No terceiro domingo do mês, é celebrada uma missa do Movimento Igreja em Saída. Em ambas, os integrantes do Movimento afirmam que não há apoio da Prefeitura.
O Proparque também tem um projeto de plantio de mudas nativas no local, com encontros que não seguem agenda fixa. Estes eventos, no entanto, recebem apoio estrutural e autorização da Prefeitura.
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Atualizada às 10h26 de 05/12/2022
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