Centros socioeducativos usam esporte para ensinar coletividade a adolescentes

Esporte é trabalhado como mais que um exercício físico, sendo oportunidade para educadores dos centros ensinarem valores como respeito e união

A 3ª Olimpíada de Esporte do Sistema Socioeducativo foi encerrada nesta quarta-feira, 30, com um dia de atividades no Centro de Formação Olímpica (CFO), em Fortaleza. Pelo menos 144 adolescentes que cumprem medida em dez centros socioeducativos participaram da competição, mostrando habilidades no atletismo, basquete, vôlei, tênis de mesa, gamão e xadrez.

Para Roberto Bassan, superintendente do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo, as olimpíadas promovidas com os adolescentes estimula um “sentimento de pertencimento”. Ele afirma que o esporte é um dos pilares de atuação dos centros. “É um momento de plenitude, que eles podem levar para a vida toda”, diz.

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Um jovem do Centro Socioeducativo Patativa do Assaré afirmou que a olimpíada é importante para os adolescentes. Ele, que foi campeão do futsal adulto nesta edição da competição, quer continuar investindo na modalidade. "O meu sonho é ser um atleta de futsal. E vou conseguir", disse o menino.

A olimpíada durou 20 dias, mas o preparo para os jogos é feito durante todo o ano, de acordo com um dos educadores físicos do Centro Socioeducativo Canindezinho, Marigésio Carvalho. “O centro socioeducativo se transforma, muda o ar, o ambiente contagia, eles querem participar”, diz o professor sobre o engajamento dos adolescentes.

“Cada professor do seu centro socioeducativo se dedica ao máximo, nós sabemos das dificuldades que temos, nos dedicamos para realizar um bom trabalho, uma boa competição. E o fechamento foi maravilhoso”, afirma. Nesta quarta-feira, os jovens receberam medalhas pelo desempenho na olimpíada.

Marigésio explica que o esporte é trabalhado como mais do que um exercício físico para os socioeducandos. Valores como união, importância da participação e respeito ao próximo são repassados aos adolescentes nos momentos de treino e competição. “A gente faz toda a preparação física, mental e principalmente trabalha a parte de coletividade. As ações socioeducativas mostram que o esporte é uma ferramenta fundamental para a inclusão”, diz.

Além disso, o educador busca estar atento aos jovens que têm mais habilidade e interesse em seguir carreira no esporte. Através de amigos em clubes, como o Fortaleza e o Floresta, Marigésio marca testes e consegue cartas de apresentação para os adolescentes assim que eles terminam o tempo de medida. “Alguns se destacam, outros infelizmente, não. Mas para aqueles que não conseguem, a gente tenta buscar outra coisa para que ele não tenha novamente um desânimo”, diz.

Agora, os adolescentes devem voltar a treinar e se preparar para a quarta edição das olimpíadas, em 2023. Com um calendário já em planejamento, Marigésio afirma que o novo ciclo é iniciado ainda neste mês de dezembro.

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