Cinquenta bairros de Fortaleza são alvo de mutirão contra a dengue
Ações fazem parte da Operação Inverno 2023 e devem acontecer até fevereiro. Quantidade de casos de dengue e chikungunya e presença do mosquito são critérios para selecionar os bairros
13:12 | Nov. 25, 2022
De janeiro até o início de novembro, 38 bairros de Fortaleza registraram casos de dengue e chikungunya. Outros 51 bairros tiveram registros apenas de chikungunya e 15, apenas de dengue. Ao todo, 35.319 fortalezenses tiveram alguma arbovirose em 2022. O cenário desperta atenção da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e orienta a realização de mutirões contra o Aedes aegypti.
Na manhã desta sexta-feira, 25, o combate aos focos do mosquito, a aplicação de veneno (aero system) e a orientação para evitar acúmulos de água foram realizados no bairro Vicente Pinzón. A iniciativa é parte da Operação Inverno 2023. Até fevereiro, a Prefeitura pretende realizar mutirões em 50 bairros.
Atualpa Soares, gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos, explica que os locais são escolhidos a partir de critérios epidemiológicos e entomológicos, ou seja, o histórico de casos de arboviroses neste ano e em anos anteriores e a presença do mosquito. “Isso observamos por meio dos atendimentos das unidades de saúde e do trabalho dos agentes de endemias, quando colocamos armadilhas e percebemos que está tendo muita postura de ovos e quando visitamos as casas encontramos muitas larvas”, explica.
O gerente afirma que após os mutirões “a situação do bairro permanece controlada por um bom tempo”. “O objetivo é que, quando se intensifiquem as chuvas, durante a quadra chuvosa, a quantidade de possíveis focos esteja diminuída pelas ações que já fizemos.”
“Esse ano a gente esperava uma intensificação de dengue, devido à reintrodução do tipo 2 e às dificuldades de vistoriar durante a pandemia de Covid-19. Ela ocorreu, mas numa escala muito pequena”, continua Soares. “Já a chikungunya teve uma quantidade maior de casos e isso a gente não esperava.”
Do início deste ano até o dia 5 de novembro, foram confirmados 35.319 casos de arboviroses. O maior número de casos por semana foi registrado entre os meses de abril e junho.
São 19.520 casos de chikungunya, um aumento de 1.498,7% em comparação com a soma dos registros de 2018 a 2021. Soares explica que a doença chegou aos locais que não tinha atingido em 2017, quando houve uma epidemia na Cidade. Ao não ter contraído a doença, a população não tem anticorpos contra o vírus e fica suscetível. Onde há maior concentração de suscetíveis, a doença se dispersa com maior facilidade.
Já em relação à dengue, este ano 15.798 fortalezenses contraíram a doença. O número indica uma alta de 14% em relação ao mesmo período de 2021. Apenas um caso de zika foi registrado em Fortaleza neste ano.
Mutirões até a quadra chuvosa
A Prefeitura indica que, de novembro de 2022 a fevereiro de 2023, 1.100 profissionais inspecionarão cerca de 400 mil imóveis da Capital, contemplando 50 bairros. O primeiro mutirão foi realizado no Conjunto Ceará no início deste mês e contemplou 11 mil residências. Nesta manhã, o objetivo era vistoriar 10 mil imóveis no Vicente Pinzón.
Veja os bairros com mutirões contra o Aedes aegypti, na Operação Inverno 2023:
- Aerolândia
- Alto da Balança
- Álvaro Weyne
- Antônio Bezerra
- Barra do Ceará
- Barroso
- Bom Jardim
- Bonsucesso
- Cais do Porto
- Canindezinho
- Carlito Pamplona
- Centro
- Conjunto Ceará I
- Conjunto Ceará II
- Conjunto Palmeiras
- Cristo Redentor
- Demócrito Rocha
- Dias Macedo
- Edson Queiroz
- Engenheiro Luciano Cavalcante
- Granja Portugal
- Henrique Jorge
- Itaperi
- Jacarecanga
- Jangurussu
- João XXIII
- Messejana
- Mondubim
- Monte Castelo
- Montese
- Panamericano
- Parque Dois Irmãos
- Parque Genibaú
- Parque Santa Maria
- Parquelândia
- Passaré
- Pirambu
- Planalto Ayrton Senna
- Praia de Iracema
- Praia do Futuro I
- Praia do Futuro II
- Prefeito José Walter
- São João do Tauape
- Sapiranga/ Coité
- Serrinha
- Siqueira
- Vicente Pinzón
- Vila União
Questionada por listar 48 bairros, a SMS explica que, “pelo tempo da operação, são contabilizadas 50 ações, que podem ser lidas como 50 bairros, mas é dinâmico”. Até o início da quadra chuvosa, pode haver maior demanda em algum bairro não listado e haverá disponibilidade da Prefeitura em realizar o mutirão necessário.
As ações dos agentes de endemia acontecem durante todo o ano. Conforme a SMS, de janeiro a 5 de novembro, foram realizadas mais de 1,8 milhão de visitas domiciliares, com a eliminação de mais de 41 mil focos do mosquito transmissor.
Focos em espaços públicos e terrenos
Casos de espaços públicos ou terrenos baldios que tenham possíveis focos do mosquito devem ser notificados à Prefeitura. A população pode informar as situações presencialmente na sede das Regionais ou por telefone ligando para o número 156.