Área onde criança foi encontrada tem fios elétricos usados por facção, dizem moradores
No dia que o corpo foi encontrado, os moradores relataram a presença de "fios que davam choque" usados para afastar a facção rivalUma espécie de "cerca elétrica" para afastar integrantes de uma facção rival pode ter sido o que causou a morte de Cleidson Lima de Sousa, 12, no bairro Barroso, em Fortaleza. Os relatos sobre a existência de fios com corrente de eletricidade são de moradores da região. Na quarta-feira, 23, um laudo apontou que o menino morreu vítima de choque elétrico.
O achado do corpo, realizado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), se deu após denúncia na Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), no dia 16 de novembro. A informação apontava que o corpo poderia ser de Cleidson, que estava desaparecido desde o dia 13.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
O pai e a mãe do menino foram chamados pela Polícia para reconhecer o corpo, mas ele estava irreconhecível. A mãe não o reconheceu, o pai afirmou que poderia ser a criança, mas somente o laudo da Perícia Forense, de comparação da arcada dentária, afirmou que realmente se tratava de Cleidson.
Corpo no canal
O corpo da criança estava em um canal preso por fios dentro de uma galeria de esgoto. No momento da localização e resgate, houve um trabalho de verificação que comprovou não haver corrente elétrica ativa naquele momento.
O Corpo de Bombeiros foi acionado foi acionado e realizou o resgate. Conforme O POVO apurou, há possibilidade de que a corrente de energia tenha sido desfeita após o ocorrido com Cleidson.
Antes do crime, o garoto tinha saído de casa para andar de bicicleta, porém, o veículo não foi encontrado.
Na última quarta-feira, 23, o laudo médico-legal de Cleidson apontou morte por choque elétrico. O caso segue sob investigação. A fonte entrevistada pelo O POVO, que preferiu não ser identificada, relata que o corpo do menino estava preso aos fios.
Caso comoveu cearenses
O desaparecido de Cleidson comoveu os cearenses, que fizeram campanhas para encontrá-lo. O menino era evangélico e a família teve apoio das igrejas para realizar as buscas. Nas redes sociais, também houve um forte movimento de divulgações de imagem do menino.
Os parentes recebiam centenas de ligações por dia, algumas de pessoas informando que estavam orando para que o encontrassem e outras apontando possíveis locais por onde ele teria passado. Apesar disso, não havia relatos na comunidade de que o menino fosse visto saindo do bairro.
Um dos empecilhos encontrado por quem procurava o menino era os territórios demarcados por facções. Quem era de uma determinada área no Barroso não conseguia procurar o garoto em locais ocupados por rivais.
Há seis anos o corpo de Rakelly era encontrado em cacimba
No ano de 2016, o desaparecimento da menina Rakelly Matias Alves, que tinha 8 anos, também mobilizou o Ceará. A criança sumiu no dia 21 de setembro e foi achada três dias depois dentro de uma cacimba. O caso foi registrado no município de Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza. O vizinho da família foi preso pelo crime.
O POVO participou da reconstituição do crime. O criminoso utilizou uma boneca para mostrar à Polícia Civil e a Perícia Forense como jogou a criança na cacimba. Rakelly foi vítima de violência sexual antes de morrer. O criminoso foi preso e condenado. Na época, as investigações ficaram a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por meio da delegada Socorro Portela e sua equipe, que foram responsáveis pela elucidação.
Em 2017, a menina Débora Lohany, 4, também sumiu. O desaparecimento foi registrado no dia 27 de março e o corpo foi encontrado em 7 de abril, já em estado de decomposição, nas proximidades da avenida Pontes Vieira e Via Expressa. A mãe foi até o local e reconheceu pertences da filha.
No dia do desaparecimento, os moradores atentaram para o caso de um homem que teria tentado beijar uma criança. No dia, a vizinhança tentou linchar o homem, que fugiu e anunciou que iria se vingar. O caso foi elucidado pela Polícia Civil do Ceará. O acusado foi preso no Piauí e condenado a 24 anos e três meses de reclusão. Se fosse viva, a criança completaria 10 anos em 2022.
ERRAMOS:O POVO se desculpa pela divulgação da imagem anterior desta matéria. Prezamos pela privacidade e respeito às vítimas de violência e suas famílias, e reconhecemos o erro de divulgação.
Atualizada às 13h24
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente