Colégio dos Bombeiros ganha 128 medalhas em olimpíadas de Astronomia e Aeronáutica em 2022

Em seis anos, desde que o Colégio dos Bombeiros do Ceará tornou a disciplina obrigatória, foram 502 medalhas conquistadas

20:56 | Nov. 20, 2022

Por: Julia Freitas Neves
Alunos da turma de astronomia do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará (CMCB): 502 medalhas em seis anos (foto: Colégio Militar do Corpo de Bombeiros do Ceará)

O Colégio Militar do Corpo de Bombeiros (CMCB) teve desempenho de destaque nas duas maiores competições nacionais estudantis de astronomia e aeronáutica em 2022. Os alunos acumularam 128 medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia(OBA) e na Mostra Brasileira de Foguetes (MoBFog).

As duas competições são promovidas anualmente pela Agência Espacial Brasileira. Dessas, 114 medalhas foram na OBA e 14 na MobFog. Em seis anos, desde que o Colégio dos Bombeiros se tornou a primeira escola a inserir a disciplina como obrigatória no currículo, foram 502 medalhas conquistadas.

Os bons resultados nesse último ano letivo garantiram 40 vagas para as seletivas das olimpíadas internacionais de astronomia em 2023.

Três equipes de estudantes da escola foram convocadas para participar da Jornada Brasileira de Foguetes, evento que ocorre no mês de março de 2023, na Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, para os mais bem colocados alunos na Mostra de suas cidades.

A astronomia é um campo de possibilidades infinitas, segundo o capitão Romário Fernandes, professor da disciplina no Colégio dos Bombeiros. "As olimpíadas são uma parte importante do processo de desenvolvimento da disciplina porque dão objetivos palpáveis e metas com prazo relativamente curto a alcançar. É uma forma de dar sentido ao esforço que a gente estimula esses meninos a fazerem. Mas certamente há muito mais a se explorar nessa oportunidade única que é termos um disciplina de astronomia na escola", explica o professor.

Davi Barroso é aluno do 7° ano do CMCB e está finalizando a disciplina esse mês. “Aprender sobre os mistérios dos astros, planetas e coisas do espaço me deixa bem feliz, porque gosto muito desse assunto. E o melhor de tudo é que a gente aprende se divertindo. Pra mim, uma das melhores partes está sendo a construção e os trabalhos com o foguete, porque envolve a família, os amigos e a escola. Eu me sinto muito feliz e importante com essa experiência de construir um foguete que pode voar para muito longe", diz o estudante.

Ele tirou nota máxima em todos os trabalhos práticos, que envolveram desde a observação detalhada da sombra projetada por uma vareta com o passar das horas de um dia até a identificação correta de planetas e constelações no céu noturno. E já admite que, nas férias, quer dedicar uma parte da folga ao projeto preferido da disciplina: a construção e o lançamento de foguetes de garrafa PET. 

Para quem já passou do 7º, existe a opção de seguir estudando o tema por meio do ingresso no AstroRQ, o Clube de Astronomia do CMCB. Os atuais alunos do 3º ano do Ensino Médio foram os primeiros a ter a oportunidade de se integrar ao projeto.

Bianca Lima, aluna do 3° ano do ensino médio, decidiu se dedicar à pesquisa na área de sistemas que podem ser usados para captação de dados espaciais, ou que podem ser usados nos satélites e foguetes que serão mandados para fora do nosso planeta. Quer cursar Ciência da Computação, de olho na possibilidade de contribuir para a exploração espacial. “Astronomia e o meu professor me ensinaram que você não precisa se contentar só com as expectativas dos outros, que você deve seguir o que ama, e que nem o céu é o limite”, destaca Bianca, que acumula sete medalhas na OBA e na MoBFog.