Expoece espera reunir mais de 200 mil visitantes em Fortaleza

Crianças de até 12 anos e pessoas acima de 60 anos não pagam entrada para o evento

18:21 | Out. 31, 2022

Por: Lara Vieira
Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece) tem comercialização de produtos artesanais, plantas e comidas típicas, além de venda e exposição de animais (foto: THAÍS MESQUITA)

A Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece) teve inicío nesta segunda-feira, 31, em Fortaleza. O evento, que segue até 6 de novembro, ocorre após dois anos de suspensão devido à pandemia de Covid-19. Há programação durante todos os dias, das 8 às 22 horas. Para ter acesso ao local, os visitantes pagam a de R$ 7, mas o acesso é livre para crianças de até 12 anos e pessoas acima de 60 anos. Este ano, são esperados mais de 200 mil visitantes.

O evento é realizado no Parque de Exposições Governador César Cals, no bairro São Gerardo. Durante a programação, é realizada a venda, exposição e concurso de animais, que este ano somam mais de quatro mil, além da comercialização de produtos artesanais, plantas, e comidas típicas. 

Tradicionalmente, os produtos comercializados na Expoece têm origem da agricultura familiar. José Reginaldo de Souza, 44, mais conhecido como "Louro", é um dos expositores do evento. Ele faz parte da Copaglam, uma cooperativa originada no assentamento Lagoa Do Mineiro. A comunidade está localizada em uma área de reforma agrária, no município de Itarema.

No estande onde Louro atua, são vendidos diversos produtos que têm a mandioca como matéria-prima: farinha branca, farinha d'água, goma seca e a goma já temperada. Além disso, o grupo também vende o beiju, comum e seco, e a tão procurada tapioca molhada no leite de côco. Todos os itens vendidos não contêm agrotóxicos.

A goma é levada ao Parque de Exposições Governador César Cals já finalizada e, no local, é preparada para o consumo dos clientes. “Tudo que a gente vende aqui é produzido por nós mesmos, até o côco. A gente trabalha em forma de cooperativismo: traz um saco de goma de um, um saco de farinha de outra pessoa, os côcos de outros. A gente vende aqui e, quando volta pra lá, repassa os lucros para quem cooperou”, explica o expositor.

Louro conta que a Copaglam atua no Parque César Cals há mais de 20 anos. Segundo ele, quando a cooperativa começou a vender os produtos no local, ainda não havia uma estrutura adequada para se finalizar o beiju e a tapioca. Hoje, os visitantes podem presenciar a preparação da goma em uma tradicional casa de farinha.

Para o expositor da Copaglam, voltar a participar da Expoece após dois anos dá a “sensação de alívio e de felicidade”.

Agricultura familiar

Outro personagem característico da Expoece e do Parque César Cals — que funciona durante todo o ano, de terça-feira a domingo — é o "Bigode". Esse é o apelido de João Batista dos Santos, 56, que está à frente da Bodega do Bigode. O local chama atenção pela aparência rústica em madeira, onde os visitantes podem apreciar pratos típicos da culinária nordestina, como a buchada e a panelada, além de levar para casa produtos como a rapadura e a castanha de caju.

Como a maioria do que é comercializado no evento, os produtos que Bigode e a esposa, Andreia Rabelo, vendem é de produção familiar. No local, os visitantes ainda podem se sentar e apreciar bebidas variadas, desde refrigerantes até algo mais forte, como a cachaça. A Bodega já está em atividade há cinco anos.

O comerciante conta que a Expoece traz um novo público ao local, que não costuma vir durante o resto do ano.“Dá uma alavancada muito grande. Num feriado como esse próximo [Dia de Finados, 2 de novembro], sao esperadas mais de dez mil pessoas”, diz Bigode. 

Bigode se mostra esperançoso com o retorno da Expoece neste ano: “Tivemos uma interrupção de dois anos, mas vamos para frente. Nós somos nordestinos fortes, temos raça”.

Exposição de animais

Quem gosta de animais ainda pode conferir os diversos currais espalhados pelo Parque. Diferente da Feira de Agricultura Familiar, que ocorre durante o ano todo, a parte destinada aos animais se reserva ao período de Expoece. Um dos expositores neste ano é a Fazenda Biguá, de Maranguape, que gerencia gado da raça Sindi Nack.

“Nós comercializamos os animais, mas não atuamos no leilão. Estamos com cerca de 70 animais, entre machos e fêmeas. Hoje já tem muita gente transitando pelo Parque, então tudo indica que vai ser uma Feira de sucesso”, constata José Isnack, 51, que representa a Fazenda.

Para toda a família

Logo no primeiro dia de evento, Bruna Rafaelly, 31, visitou o local com o marido Isaac Nunes, 33, e a filha, a pequena Anna Luiza, de 7 anos. Ela conta que é a primeira vez que comparece à Feira e que teve uma surpresa positiva com a organização do evento.

“A gente não viu nada de agressão aos animais. Pelo contrário, achamos eles muito bem tratados. Eles colocaram os filhotinhos, e ela [Anna Luiza] acariciou, deu a palha pra eles. Esse contato das crianças com os animais é muito importante”, constata a visitante.

A experiência também foi aprovada pela filha do casal. “Eu achei muito divertido, principalmente a parte que eu montei no touro. Também achei muito divertido poder pegar nos animais. E também achei muito divertido porque eu, o papai e a mamãe colocamos o bodinho para dormir”, relata Anna Luiza.

Para a família, a visitação da Expoece é um programa ótimo para quem deseja sair da rotina caótica da cidade grande.

Serviço:

Exposição Agropecuária e Industrial do Ceará (Expoece)

Data: 31 de outubro a 6 de novembro, das 8 às 22 horas

Local: Parque de Exposições Gov. César Cals, Rua Cel Raimundo Guanabara, 610 - São Gerardo

Para mais informações: @expoeceacc e (85) 99405.8582