Incêndio em apartamento que matou mãe e filha começou em um dos quartos
Maria Ocilma Rodrigues, 59, e a mãe dela, Ilza Rodrigues Braulino da Silva, 81, morreram no incêndio. Corpo de Bombeiros avalia conformidade do sistema preventivo de incêndio do prédio, que não passou por inspeção predialA Polícia Civil do Ceará (PC-CE) investiga as causas do incêndio que matou mãe e filha em um apartamento localizado na rua Monsenhor Bruno, no bairro Aldeota, na madrugada desta quarta-feira, 26. As vítimas foram Maria Ocilma Rodrigues, de 59 anos, e Ilza Rodrigues Braulino da Silva, de 81. Laudo da Perícia Forense do Estado (Pefoce) deve esclarecer as causas do sinistro. O 2º Distrito Policial já realizou oitivas para complementar as investigações.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 3h13min e chegou ao local por volta das 3h25min, informou o coronel Ronaldo Roque, comandante da corporação. Antes disso, vizinhos relataram que, ao perceberem o incêndio, ocorrido no quarto andar, arrombaram a porta do apartamento para tentar resgatar as vítimas. As chamas, porém, já estavam muito fortes, e eles precisaram esperar a chegada dos Bombeiros.
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Conforme Ronaldo Roque, o incêndio teve início em um dos quartos. Era lá que estava Ilza. O oficial conta que os bombeiros só conseguiram chegar até a vítima quando ela já estava com o corpo carbonizado.
Maria Ocilma foi a primeira vítima que os militares conseguiram localizar. Ela estava no quarto ao lado da mãe, onde o fogo não se propagou, mas, como afirmou o coronel, os indícios são de que ela tenha inalado a fumaça e, com isso, também foi a óbito no local.
O Corpo de Bombeiros conseguiu controlar as chamas no apartamento em cerca de 40 minutos, de forma que o fogo não se espalhou pelo prédio. A estrutura do edifício não foi atingida, e os demais moradores do prédio puderam voltar para seus apartamentos ainda pela manhã.
Certificados técnicos
Duas viaturas, com 15 homens ao todo, atuaram no local. O Corpo de Bombeiros continuou no local para fazer o rescaldo. Além disso, equipes do Comando de Engenharia de Prevenção de Incêndio (Cepi), dos Bombeiros, estiveram no local para verificar se o prédio atende às normas de segurança contra incêndio — o chamado Certificado de Conformidade.
“A estrutura que nós falamos é a parte necessária, de acordo com o nosso Código de Incêndio. São extintores, aquela canalização preventiva, aquela caixa vermelha que vocês veêm com vidro (escrito) incêndio — ela é muito importante, tem mangueiras e esguichos lá dentro —, nós temos, dependendo da altura do prédio, sprinklers — aqueles chuveirinho que ficam nos corredores", detalhou o coronel.
"Normalmente na caixa d'água nós temos uma reserva técnica, ou seja, um terço de toda a água dos edifícios que os senhores e as senhoras moram é reservado para o combate a incêndios.” A Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) confirmou a O POVO que o prédio não tem Certificado de Inspeção Predial (CIP).
Ainda segundo o comandante, os Bombeiros optaram por utilizar a própria estrutura de combate ao incêndio para “atuar de maneira mais segura”. “Caso a gente constate que o funcionamento não foi adequado, o síndico vai ser devidamente notificado para poder comparecer ao Corpo de Bombeiro e regularizar a situação”, afirmou o coronel, que reforçou a importância de os prédios observarem o disposto nas normas para prevenção de incêndios.
Conforme a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), uma equipe plantonista do Núcleo de Perícia Externa (Nupex) foi a responsável por fazer os primeiros levantamentos periciais. Durante a manhã, um grupo do Núcleo de Perícias de Engenharia Legal e Meio Ambiente (Npelm) também foi ao local para realizar exames complementares.
Pesar
Maria Ocilma era analista judiciária da área administrativa do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-7), tendo se aposentado em 2015. Por meio de nota, a presidente do TRT-7, a desembargadora Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno, declarou "profundo pesar" pela morte de Maria Ocilma e de sua mãe, assim como manifestou solidariedade a familiares e amigos (Colaborou Levi Aguiar/Especial para O POVO).