Taxista morto em duplo homicídio Montese não era o alvo da execução, conclui MPCE

Vítima levava família ao Aeroporto quando foi atingida por bala perdida, diz MPCE. Motivação do crime seria suposto "calote" em sucatas dado pelo outro homem morto na ação

O taxista Max Bley Loureiro Alves, de 47 anos, não era o alvo da execução que levou à morte dele e de um outro homem no último dia 13 de outubro no bairro Montese. É o que mostra a denúncia ofertada nesta segunda-feira, 24, pelo Ministério Público Estadual (MPCE) contra os dois homens presos pelo crime. A acusação afirma que o alvo dos executores estava em um outro veículo, que também foi atingido por disparos; um dos ocupantes deste carro veio a óbito e o outro ficou ferido.

O MPCE também afirma que a motivação do crime foi um suposto pagamento de recompensa. Um dos suspeitos, Ítalo Jardel Farias Oliveira, contou em depoimento que "uma pessoa" o procurou afirmando que Charles — o segundo morto na ação, ainda não identificado formalmente — dava "calotes" em sucatas. "Quando era cobrado pelo proprietário, ele afirmava que era assaltante de banco”, afirmou Ítalo Jardel em seu depoimento.

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Outras versões para a motivação do crime foram colhidas, entretanto. A vítima sobrevivente afirmou que, de fato, ele e Charles estavam em uma sucata momentos antes do crime, mas estavam aguardando "o pagamento de uma casa que havia sido vendida por um conhecido". Já a esposa de Max Bley informou ter tomado conhecimento de que “os autores do crime estavam cobrando dívida de um agiota".

De acordo com o MPCE, Max Bley foi morto no momento em que transportava uma família de turistas ao Aeroporto Pinto Martins. No trajeto, ele parou em um semáforo no cruzamento da rua 15 de Novembro com a avenida Gomes de Matos. Ao seu lado, também parou o carro onde trafegavam Charles e a vítima sobrevivente.

Foi neste momento que a moto utilizada pelos criminosos parou entre os dois carros. Conforme o MPCE, Ítalo Jardel guiava o veículo, enquanto o soldado da Polícia Militar Handrie Fernandes de Souza estava na garupa.

"Os réus então, surpreendendo as vítimas, passaram a efetuar disparos tanto contra os ocupantes do veículo CRUZE (onde estava Charles e a vítima sobrevivente), como também contra o motorista do ONIX (onde estava Max Bley)".

O MPCE ainda assinalou que Ítalo Jardel afirmou que os disparos que vitimaram o taxista teriam partido dos ocupantes do veículo modelo Cruze, mas o MPCE diz que "foram obtidos outros elementos de prova" que demonstram que também foram os réus que efetuaram esses disparos.

A investigação agora prossegue para tentar identificar o mandante do crime. Para buscar descobrir a autoria intelectual, o MPCE requereu à Justiça a extração e análise dos dados dos celulares apreendidos com os suspeitos. Esse pedido, assim como o recebimento da denúncia, aguardam decisão da 5ª Vara do Júri.

 

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Segurança Pública Ceará Duplo Homicídio Montese

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