Ação social atende crianças e animais na comunidade Jambalaya, em Fortaleza
Comunidade Jambalaya, com pessoas em situação de rua sob viaduto da BR-116, recebeu ação com brinquedos, lanches e atendimento de saúde para humanos e pets
16:30 | Out. 23, 2022
A comunidade Jambalaya, na divisa entre os bairros Aeroporto, Aerolândia e Alto da Balança, recebeu ação social na manhã deste domingo, 23. A atividade levou aos moradores, pessoas em situação de rua sob o viaduto da BR-116, lanches, brinquedos e atendimentos de saúde.
A ação foi realizada pela ONG Moradores de Rua e Seus Cachorros (MRSC), que atua na Capital desde 2019, tendo sido fundada em São Paulo em 2016. Participaram também funcionários da rede de pet shops Petz, estudantes de Enfermagem do Centro Universitário Uninta, e membros do motoclube Insanos.
Focando no Dia das Crianças e fazendo alusão ao Outubro Rosa, a atividade aconteceu na própria comunidade. Um grupo de animadores realizou atividades lúdicas com os pequenos, e houve distribuição de algodão doce, pipoca, picolés e cachorros-quentes. No fim da manhã, as crianças ganharam brinquedos.
Os adultos foram contemplados com ações de saúde dos estudantes de Enfermagem e Medicina Veterinária da Faculdade Uninta Fortaleza, e membros do motoclube Insanos.
Os animais de estimação dos moradores, por fim, receberam vacinação e consultas veterinárias. Houve também cadastro dos pets para castração.
A ação foi idealizada por Jacqueline Andrade, fundadora e coordenadora da MRSC em Fortaleza. Ela contatou Maria Flávia, líder comunitária do Jambalaya, e desde então a ONG realiza mensalmente atividades no local. Ainda para 2022, estão programados encontros em novembro, focando na prevenção ao câncer de próstata, e em dezembro, com tema natalino.
Para Maria, o sentimento é de gratidão. Ela destaca que o Jambalaya, hoje com 54 famílias, foi crescendo aos poucos, e "é uma comunidade como qualquer outra".
Segundo a líder comunitária, funcionários da Prefeitura chegaram a realizar o cadastro dos moradores para concessão de aluguel social. No entanto, ainda não houve retorno do Poder Público sobre o auxílio, nem foi passado um prazo para resposta.
Veja fotos da ação social na comunidade Jambalaya
Jacqueline pontua que muitas pessoas que hoje estão no Jambalaya foram atingidas pela crise econômica e pela pandemia de Covid-19. "Eram autônomos, que moravam de aluguel, e perderam o emprego", diz ela.
A coordenadora afirma que, desde quando começou o projeto, notou um crescimento significativo na população em situação de rua em Fortaleza. Além do Jambalaya, o MRSC atua com grupos na Praça da Bandeira (Praça Clóvis Beviláqua), na Praça José de Alencar, e na Praça do Liceu, todas no Centro. O grupo também auxilia pessoas em situação de rua que não fazem parte de comunidades específicas, mas que permanecem em locais fixos da Cidade.
Para ela, a iniciativa pretende "trazer um alento" a essas pessoas, e lembrá-las "que elas não são invisíveis, e que uma parte da sociedade se importa com elas". "ONG é efeito colateral de onde o Estado não é atuante", diz Jacqueline, "mas a sensibilidade das pessoas para ajudar quem está nesta situação também aumentou¨.
O modo de atuação é "democratizar o acesso ao lúdico, à medicina veterinária e à medicina humana". O foco é sempre trabalhar na perspectiva de ajudar as pessoas em situação de rua e os animais que vivem com elas a se manterem, dentro do possível, saudáveis.
Criado em São Paulo, hoje o MRSC atua em Fortaleza e outras três capitais brasileiras além de onde foi fundado: Porto Alegre (RS), Natal (RN) e Recife (PE). Segundo Jacqueline, o problema era que havia diversas ONGs que auxiliavam pessoas em situação de rua e outras que acompanhavam animais abandonados, mas nenhuma que juntasse ambas as causas. O critério de seleção das pessoas e comunidades que recebem apoio é justamente a presença de humanos e animais de estimação no local.
A ação deste domingo foi feita simultaneamente nas capitais que a ONG atua. O motoclube Insanos, que tem atividade em diversos países, participa das atividades da MRSC em todo o País. A Petz fornece apoio material, e há também parceiros locais.
Para interessados em se voluntariar ou apoiar o projeto, Jacqueline diz que "sempre há espaço para quem queira fazer o bem". O contato pode ser feito pelo perfil do MRSC no Instagram.
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