Dependência química: como é a rede pública de atendimento em Fortaleza
Capital conta com sete centros voltados a pessoas com dependência de álcool e outras drogas, além de dois centros para crianças e adolescentes. Unidades são o primeiro recurso para o tratamento na rede públicaTranstornos mentais e comportamentais causados pelo uso de álcool e outras drogas podem causar diversas complicações para a saúde e para a vida social dos dependentes químicos. Para quem busca tratamento, clínicas particulares nem sempre são uma opção. Em Fortaleza, existem caminhos na rede de saúde municipal e estadual.
Fortaleza dispõe de sete Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD), que atendem adultos com sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. A Capital conta ainda com dois Caps Infantis, que recebem crianças e adolescentes de até 17 anos, 11 meses e 29 dias em sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias psicoativas.
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Os Caps AD das Regionais I e II possuem oito leitos de observação cada, que acolhem os usuários por até 14 dias.
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) explica que “o serviço do Caps AD é porta aberta e a inserção do usuário é voluntária, no qual o usuário pode procurar diretamente, ou ser encaminhado por um dos 116 postos de saúde da Capital”.
Nos Centros é feita uma avaliação inicial por uma equipe multiprofissional e, conforme a necessidade do usuário, é feito o encaminhamento aos serviços de cada unidade, que podem envolver: clínica médica e psiquiátrica, assistência farmacêutica, enfermagem, psicoterapia, terapia ocupacional, massoterapia, fonoaudiologia e nutrição.
Os Caps AD desenvolvem uma gama de atividades que vão desde o atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros) até atendimentos em grupos ou oficinas terapêuticas. O acompanhamento dos usuários possibilita a participação, reinserção e construção de autonomia para o usuário, sem tempo determinado de encerramento.
De janeiro a agosto deste ano, os Caps AD realizaram 65.522 atendimentos, o que inclui consultas, orientações e oficinas. Já nos Caps Infantis foram realizados 46.686 atendimentos.
Dependência química: Unidades de Acolhimento
A partir dos Caps, os pacientes podem ser encaminhados para uma das cinco Unidades de Acolhimento (UAs), que ofertam vagas de caráter residencial transitório para crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos. Ao todo, existem 64 leitos nas UAs.
O encaminhamento para estes equipamentos ocorre via Caps AD, de acordo com o perfil e a necessidade do indivíduo, que precisa de acompanhamento terapêutico e proteção temporária.
Nas UAs são ofertados cuidados contínuos de saúde, além do acolhimento com um tempo de permanência de até seis meses. O funcionamento se mantém 24 horas por dia, durante toda a semana. O acolhimento é voluntário, uma vez que internações compulsórias não são feitas nas UAs.
Ao concluir os seis meses, o usuário recebe alta e continua o tratamento no Caps AD do seu bairro, para que possa desenvolver a vida em comunidade.
Dependência química: hospitais em Fortaleza
A Prefeitura também dispõe de uma rede de apoio à internação de urgência e estabilização na Santa Casa de Misericórdia, com doze leitos para desintoxicação, e na Sociedade de Assistência e Proteção à Infância de Fortaleza (Sopai), com 25 leitos infanto-juvenis.
No bairro Messejana, o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) oferece assistência aos dependentes químicos em termos de emergência. O usuário é avaliado por uma equipe multidisciplinar na unidade de desintoxicação, que pode encaminhá-lo para internação ou para acompanhamento no Caps AD ou em comunidades terapêuticas.
O HSM conta com 20 leitos para internação de dependentes químicos e o tratamento dura, em média, 12 dias. O tratamento inclui uso de medicamentos e psicoterapia a partir de equipe com psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.