BPChoque adotará novo protocolo para avaliar riscos de segurança em jogos de futebol

Conforme o tenente-coronel Landim, o número de 115 policiais militares foi empregado no estádio após análise de risco. A partida era com torcida única, no entanto, torcedores do mesmo time entraram em confronto

11:38 | Out. 18, 2022

Por: Jéssika Sisnando
Brasil, Ceará, Fortaleza, 16.10.2022: Ceará x Cuiabá, Arena Castelão pelo Campeonato Brasileiro. Com confusão da torcida do Ceará e com pessoas dentro do campo. (Foto: Aurélio Alves/ O POVO) (foto: AURELIO ALVES)

O Batalhão de Choque adotará novos protocolos para avaliar riscos nos jogos de futebol. A decisão foi comentada pelo comandante do BPChoque, tenente-coronel Landim, após o jogo do último domingo, 16, entre Ceará e Cuiabá, na Arena Castelão, em Fortaleza, em que foi registrada uma briga generalizada. As informações foram concedidas ao jornalista Jocélio Leal durante entrevista à Rádio O POVO CBN. 

Na situação da partida da Arena Castelão, torcedores de um mesmo time entraram em confronto. Foi necessário que o BPChoque utilizasse o protocolo da Fifa pela primeira vez como medida extrema. Famílias com crianças tiveram acesso ao gramado para fugir da confusão e em seguida foram levadas para saídas de emergência. 

O oficial destacou que em todos os jogos, os oficiais do BPChoque, que atuam na Companhia de Eventos, analisam os possíveis riscos. Na partida de domingo, como existia um jogo de torcida única e sem histórico de rivalidade, foi adotado o número de 115 policiais militares. 

No entanto, conforme o oficial, houve algo extraordinário, que é a agressividade entre torcedores de um mesmo time. "Nós trabalhamos com seres humanos. Não é uma ciência exata. Trabalhamos com análise de risco e esse fato em si vem gerando estudo de caso para reavaliar o protocolo e dar maior segurança, um melhor serviço de segurança ao torcedor. Nos debruçamos para outros posicionamentos adotados, inclusive para os próximos jogos, do Fortaleza e Atlético Mineiro, na segunda-feira", relatou.

Acesso ao campo

 

O protocolo adotado pela Polícia Militar consistiu na ação de dar acesso ao campo para as famílias e encaminhá-las a saídas de emergência. O coronel Landim explicou que houve uma briga generalizada entre torcidas organizadas. "Esses torcedores passaram a brigar entre si e danificar o patrimônio público. Usar cadeiras quebradas como instrumentos de agressão entre si. Depois arremessaram cadeiras contra torcidas do anel inferior, são torcedores comuns, famílias com crianças, idosos", relata.

O comandante do BPChoque contou que os PMs foram acionados para evitar a invasão de campo, mas diante da situação, mudaram de atitude. "No primeiro momento, fomos acionados para conter a invasão de campo, mas visualizando as pessoas que estavam ali, senhoras com crianças chorando, a gente consentiu com a abertura e não fazer triagem. O objetivo era resguardar as pessoas e direcioná-las para as saídas de emergência", detalhou.

O oficial destacou que pessoas foram detidas em campo e na área externa. Alguns torcedores tentavam depredar os carros dos jogadores. Os casos foram encaminhados à delegacia que fica no próprio estádio. 

Biometria


O comandante ressalta que a medida a ser adotada no Ceará, que é a implantação da tecnologia da biometria, deve identificar pessoas que estão com medidas de exclusão da Arena Castelão.