Fortaleza: Médicos realizam ato em defesa das vítimas de Covid-19 e contra Bolsonaro

Manifestação ocorreu na véspera do Dia do Médico, celebrado nesta terça-feira, 18 de outubro. Na ocasião, os profissionais também ressaltaram a defesa da saúde e da democracia

Um grupo de médicos e demais profissionais da saúde realizaram um ato na tarde desta segunda-feira, 17, véspera do Dia do Médico, em memória das vítimas de Covid-19, em Fortaleza.

A manifestação dos profissionais também criticou o governo do atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e se mostrou a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ambos pré-candidatos ao Planalto nas eleições deste ano.

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A manifestação aconteceu no cruzamento da avenida Antônio Sales e da rua João Cordeiro, no bairro Aldeota, e seguiu para a sede do Conselho Regional de Medicina (Cremec).

No local, foi realizado ato público contra a posição do Conselho Federal de Medicina (CFM), que se posicionou em apoio ao atual presidente da República, referendando medidas antiéticas e anticientíficas.

Para a médica obstetra e membro do Coletivo Rebento, Liduina Rocha, a gestão do atual presidente no enfrentamento da pandemia “determinou muitas mortes” que poderiam ser evitadas.

“A gente precisava vir à rua mais uma vez dialogar com a cidade no sentido de dizer que algumas escolhas prejudicaram à saúde pública, o SUS, e que levaram à morte de milhares de pessoas”, comenta.

Ainda segundo Liduína, a manifestação marca também críticas ao posicionamento do Conselho Federal de Medicina em relação às eleições presidenciais.

“Isso é muito preocupante porque o Conselho Federal de Medicina é uma autarquia, regula todo o exercício ético da profissão, e nesse momento a atual diretoria se confunde como órgão de Governo e não como órgão de Estado. Amanhã é Dia do Médico e a gente precisa ser ético na relação de cuidado com as pessoas”, pontua.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), Manoel Fonseca, também destaca o protesto contra o Conselho Federal de Medicina.

“Eles se posicionaram a favor do Bolsonaro, e, praticamente, foram contra as vacinas e a favor da cloroquina. Medicina é para salvar vidas e não para prejudicar a população”, destacou.

Conforme a vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará (Senece), Givana Lima Lopes, os demais profissionais da saúde devem se unir em prol da defesa do SUS e contra a atual gestão.

“Estamos aqui para dizer um basta. “O momento que nós tivemos pandemia, a maioria dos profissionais da saúde foram penalizados. Além disso, a gente achava que agora vinha a valorização com aprovação do piso salarial, mas o STF entra e nos prejudica suspendendo o nosso piso”, comenta.

Participaram da manifestação médicos e médicas do Coletivo Rebento – Médicos em Defesa da Vida, da Ciência e do SUS, da Rede Nacional de Médicos Populares e da Associação Brasileira de Médicos e Médicas pela Democracia, além de outros médicos, profissionais de saúde e população em geral.

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