Reconhecimento biométrico no estádio: tecnologia será avaliada para o Ceará
Promotor do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor do Ceará acompanhará projeto de reconhecimento biométrico durante partida no Maracanã na final da Copa do Brasil, na próxima quarta-feira, 19
12:48 | Out. 17, 2022
Depois das cenas registradas no domingo, 16, durante jogo entre Ceará e Cuiabá, no Castelão, o promotor e coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), Edvando França, tentará viabilizar, para o Ceará, a implantação da tecnologia de reconhecimento biométrico. Ele irá ao Maracanã, no Rio de Janeiro, para acompanhar o lançamento da ferramenta que acontecerá durante disputa entre Flamengo e Corinthians, na quarta-feira, 19.
Informação foi dada por Edvando em entrevista à Rádio O POVO CBN nesta segunda, 17. A inovação deverá ser usada para barrar os torcedores banidos na hora em que eles tentarem entrar no estádio para assistir os jogos. "A negociação para trazer essa tecnologia para o Ceará estava avançada antes da pandemia, mas com a Covid-19, as negociações cessaram", disse o promotor do Ministério Público do Ceará (MPCE).
O promotor diz ainda que também deverá ser discutida a retirada de cadeiras nos locais onde as torcidos organizadas ficam no estádio. "A gente chegou à conclusão que essas cadeiras dão muito mais problema do que solução. As torcidas organizadas gostam de pular e cantar. Não estamos nem falando do aspecto de vandalismo. Eles gostam de espaço para poder pular e fazer suas festas. O que naturalmente já acarreta quebradeira", detalha.
Edvando acrescentou que há intenção também de que seja criada uma delegacia do torcedor. "Para que essa delegacia possa ter exclusividade para investigar e aprofundar essas investigações", disse.
No domingo, houve registro de briga na arquibancada do Castelão. Durante a confusão, torcedores que estavam com crianças tentaram se proteger indo para dentro do campo, porém, durante a passagem, vândalos aproveitaram e também adentraram no campo. Houve correria dos jogadores para os vestiários e muito medo por parte de crianças e seus responsáveis.
O projeto de identificação biométrica dos frequentadores dos locais de jogos está sendo apresentado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e órgãos de segurança. A final da Copa do Brasil 2022, no Rio, será o plano piloto de identificação biométrica dos frequentadores dos locais de jogos.
No sentido prático, essa inovação será usada para barrar os torcedores banidos na hora em que eles tentarem entrar no estádio para assistir os jogos. "A negociação para trazer essa tecnologia para o Ceará estava avançada antes da pandemia, mas com a Covid-19, as negociações cessaram", disse o promotor do Ministério Público do Ceará (MPCE).
Ceará
A discussão sobre o uso de biometria nos estádios retorna após os atos de vandalismo na Arena Castelão no último domingo, 16. Atualmente, autoridades desportivas e de segurança do Ceará planejam garantir medidas concretas no combate a violência nos locais do jogos.
“Vamos conversar com o futuro governador do Ceará [Elmano de Freitas (PT)] para apresentar um projeto e discutir como podemos implementar esse sistema dentro do Estado para ver se melhora a questão da violência”, detalhou o promotor e coordenador do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudtor), Edvando França
O banimento ocorre mediante a identificação de torcedores envolvidos em atos de violência nos estádios. O sistema terá como função principal garantir o bloqueio desse torcedor nas dependências do estádios. “O ideal era que tivéssemos um sistema de biometria para impedir que a pessoa banida frequente os locais dos jogos”, ponderou.
Ceará x Cuiabá
O promotor disse que os atos do domingo se enquadram em crimes multitudinários, ou seja, infrações praticadas por uma multidão em tumulto, espontaneamente organizada no sentido de um comportamento comum contra pessoas ou coisas.
“Esses crimes são feitos dessa forma para evitar a identificação dos envolvidos. Neste caso, ocorreu um conflito na arquibancada e a Polícia Militar agiu acertadamente quando permitiu o acesso dos torcedores ao campo. Essa era uma forma encontrada para fugir do local, evitando agressões e lesões.”
O promotor conta que, nessas situações de violência, o campo é utilizado como válvula de escape pela Polícia para garantir a integridade dos torcedores. “Ali é um jogo de futebol. Em primeiro lugar, nós temos que garantir a segurança das pessoas. O esporte vem em segundo plano.”
“A Polícia Militar abriu a passagem para que as pessoas pudessem sair do ambiente conflituoso que estava sendo formado nas arquibancadas. No entanto, neste momento, bandidos aproveitaram para invadir o campo de forma absurda e criminosa", contou o promotor.
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ERRAMOS: Ao contrário da versão anterior desta matéria, a tecnologia pensada para o Ceará é a de reconhecimento biométrico
Atualizada às 12h57 de 18/10/2022