Troca de afeto entre tutores e pets traz benefícios para todas as idades

No Dia Mundial dos Animais, psicóloga e física, Beatriz Breves, explica que a elação que um animal pode desenvolver com o tutor é de puro sentimento e vibração

O Dia Mundial dos Animais é celebrado na data de 4 de outubro. A escolha desta marcação temporal foi feita para homenagear São Francisco de Assis, que morreu na mesma data, em 1226. Nos últimos anos, dentre os diferentes tipos de animais, a sociedade passou a ter uma relação ainda mais íntima com os domésticos.

A pandemia evidenciou a solidão humana e os pets passaram a ser vistos como grandes companheiros dos tutores. Ao O POVO, a psicóloga e física, Beatriz Breves, estudiosa da Ciência do Sentir, explica que a relação que um animal pode desenvolver com o tutor é de sentimento e vibração pura.

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Depois de um dia lidando com as obrigações da vida cotidiana, chegar em casa pode ser algo ainda mais prazeroso, caso você tenha um animal de estimação lhe esperando. "Podemos fazer uma comparação entre um cuidador de um cachorro e outro que não convive diretamente com o animal. Quando você chega em casa, depois de um dia de trabalho, você nota uma diferença grande. O cachorro comemora sua chegada através do latido ou do choro de alegria”, relata a especialista.

"Eles [os pets] transformam aquele momento em uma paixão de vida. Os gatos também são extremamente adoráveis, só expressam seus afetos de uma forma diferente", detalha Beatriz. Conforme a especialista, os animais podem apaziguar um pouco o sentimento de solidão, já que há troca de afetos. "E os afetos não passam pela razão. É conexão direta com os sentimentos", frisa.

Sete gatos e uma cachorra

 

O cenário descrito pela psicóloga é vivenciado por tutores como a publicitária Caroline Tavares, 35. Ela e a família cuidam diretamente de sete gatos e uma cachorra. Todos os gatos foram resgatados da rua. “Em relação aos gatos, muitas pessoas acham que eles são traiçoeiros e que não amam os donos, mas não é verdade, eles são companheiros. Conseguem entender quando eu estou triste e preciso de carinho. Eles buscam carinho e me dão carinho de uma maneira muito intensa.”

Caroline também conta que quando a troca afetiva entre tutor e pet diminui, por causa da falta de tempo juntos, os bichinhos costumam sentir e expressar a falta de contato. “Quando eu estou com muita demanda de trabalho, eu acabo não tendo muito tempo para eles. Com isso, eu já percebo um comportamento diferente deles. Eles começam a fazer xixi em locais que não devem ou até mesmo a brigar uns com os outros, mas a paz retorna quando eu encontro tempo para ficar com eles.”

 

 

Benefícios para crianças e idosos

 

Dentre os benefícios do convívio com animais de estimação está a redução do estresse e aumento nos índices de relaxamento. Para a psicóloga, a relação sentimental com os pets pode proporcionar ganhos em qualquer idade. “No caso dos idosos mais solitários, um animal de estimação pode ser tudo para ele, porque os bichos têm a capacidade de ativar sentimentos nas pessoas.

“Já no caso das crianças, elas podem desenvolver um senso de responsabilidade, porque passam a entender que os pets também são seres vivos e precisam de cuidados. O que as pesquisas estão mostrando é a constatação de uma maior qualidade de vida para os humanos a partir da relação afetiva com os animais”, detalha. 

Entretanto, a pesquisadora reitera que a adoção dos pets não é uma solução milagrosa para questões humanas relacionadas à solidão. "É claro que isso não é a solução para questões pessoais, as pessoas se beneficiam dessa troca, mas também precisam assumir responsabilidades ao adotar um animal doméstico."

Outra pessoa a ressaltar a importância dos afetos entre humanos e animais domésticos é a médica Veterinária e mestre em Nutrição de cães e gatos, Mayara Peixoto. “Os meus bichos significam muito para mim. Com eles eu tenho grandes alegrias. É a troca de amor puro e genuíno, além de um respeito e confiança sem igual. É um vínculo forte e verdadeiro.”

Mayara tem sete gatos em casa. Ela conta que o cotidiano é muito mais rico com a companhia do animais. "Esse companheirismo não tem igual. Eles sabem quando estou alegre e triste. Reconhecem cada mínima mudança e estão do meu lado sempre. A vivência da pandemia teria sido vivenciada de forma muito pior por mim sem a companhia deles.”

Lar temporário

 

O amor pelos bichinhos é generalizado. Tanto Mayara como Caroline criaram laços através do amor pelos pets. Em um dado momento da pandemia, as duas já tiveram lares temporários, onde os pets eram recolhidos da rua e adotados, através de uma rede de outras pessoas. “Os lares temporários funcionam da seguinte maneira: você se responsabiliza pelo animal que acolhe até que uma família seja encontrada para adotar o pet recolhido da rua”, explica Mayara.

Para a veterinária, os lares temporários são de extrema importância na proteção animal, pois permitem que pets e a causa dos animais tenham mais visibilidade. “Dessa forma, a gente busca tirar das ruas quem antes não tinha chance”, finaliza Mayara.

Igreja

 

O Dia Mundial dos Animais possui relação direta com São Francisco de Assis, dessa forma a Arquidiocese de Fortaleza se prepara para promove a celebração de benção para os animais. 

De acordo com o Frei José Helio Vieira, Francisco conseguia contemplar Deus através da criação. "Ao longo da história, esse santo foi sendo reconhecido como alguém ligado às questões da natureza. Nesse sentido, a criação é aplicada de uma maneira completa, passando pelos irmãos e pela natureza. Essa criação é um sinal da bondade e do amor de Deus.”

A relação entre os animais e São Francisco se desenvolve a partir do exemplo de vida do próprio santo. “Tem uma passagem dos textos franciscanos que dize que São Francisco pegou um vermezinho, que estava mexendo com a terra, e começou a ensinar a um frade que aquele verme não deveria morrer, pois  ele teria sua importância na criação, merecendo ser conservado.”

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