Dupla é denunciada por homicídio em conflito entre facções no Jangurussu

Dois homens foram denunciados nesta terça-feira, 4, pelo assassinato de um homem na noite do último dia 23 de setembro no bairro Jangurussu. Antônio Júlio de Sousa Silva, conhecido como Loirim, e José Wilson Saraiva Ferreira Filho, conhecido como Gordinho, ambos de 24 anos, são acusados pela morte de Antônio Augusto Soares de Lima, conhecido como Bin Laden. Eles foram presos em flagrante pela execução.

Conforme as investigações, os acusados são integrantes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), enquanto a vítima integrava a organização criminosa conhecida como Massa Carcerária (também chamada de Neutros), surgida após um racha dentro daquele outro grupo.

O crime teria sido motivado pela rivalidade entre as duas facções. Testemunhas afirmaram que a comunidade Santa Filomena, onde o crime ocorreu, deixou de ser dominada pela GDE e passou a ter a atuação dos Neutros.

Em uma denúncia anônima enviada à Polícia Civil foi dito que um dos suspeitos, Antônio Júlio, havia sido expulso do bairro por ter decidido permanecer na GDE. Por isso, ao lado de José Wilson, ele teria resolvido atacar a localidade conhecida como Beco do Pincel. Uma testemunha, de identidade preservada, confirmou a versão. Ela ainda disse que uma mulher, liderança da GDE, foi a mandante do crime.

Antônio Júlio e José Wilson foram presos logo após a prática do crime. Eles ainda estavam na mesma motocicleta que usaram para assassinar Antônio Augusto. A vítima foi morta no momento em que vendia espetinhos na rua Francisco Lima e Silva.

Monitoramento eletrônico ao qual era submetido Antônio Júlio comprovou que ele estava no local do crime no momento da execução. Em depoimento, ambos confirmaram terem praticado o homicídio, assim como confessaram integrar a GDE.

A denúncia agora aguarda recebimento por parte da 4ª Vara do Júri.

Histórico do Conflito

O POVO já havia mostrado, em maio, detalhes do conflito resultante no racha da GDE na região do Grande Jangurussu. Somente em fevereiro, pelo menos, 10 mortes foram registradas em três bairros de Fortaleza por causa do conflito, incluindo uma chacina que deixou quatro mortos na comunidade do Lagamar. 

Relatório policial mostra que três homens foragidos no Rio de Janeiro foram os pivôs da cisão. Felipe Bruno Nunes Pereira, o "Boladão"; Ismário Wanderson Fernandes da Silva, o "Bacurau" e o "Argentino"; e Aílton Maciel Lima, o "Véi". Até hoje, eles não foram presos.