Terreno do Edifício Andréa: obras de Batalhão dos Bombeiros têm prazo de 20 meses

Trabalhos de sondagem do terreno foram iniciados, assim como a preparação do canteiro de obras. Contrato publicado no Diário Oficial do Estado prevê que obra seja executada em 20 meses

15:30 | Set. 29, 2022

Por: Gabriel Borges
EQUIPES trabalham no lugar onde ficava o Edifício Andréa (foto: THAÍS MESQUITA)

Quem caminha pelos arredores do terreno onde um dia esteve o Edifício Andréa se depara com o silêncio. Um cenário bem diferente do que foi observado na segunda quinzena do mês de outubro de 2019. Na manhã do dia 15 daquele mês, a estrutura cedeu e vitimou nove pessoas. Quase três anos após o ocorrido, a calmaria do local está com os dias contados. O Governo do Estado afirma que, em 20 meses, o local será sede da 8ª Companhia do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) - o Quartel 15 de Outubro.

Na manhã desta quinta-feira, 29, já era possível observar homens trabalhando dentro da área. Em nota, a Superintendência de Obras Públicas (SOP) informou que, durante esta semana, estão sendo feitas sondagem do terreno e preparação do canteiro de obras, entre outros serviços. Questionada sobre quais serão as próximas etapas do processo, a SOP não respondeu.

O novo batalhão será erguido em uma área de 587 metros quadrados (m²), localizado entre as ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioli, no bairro Dionísio Torres. De acordo com a SOP, o investimento para a realização da obra será de pouco mais de R$ 2,9 milhões.

O prédio terá uma estrutura formada por subsolo e outros três pavimentos, que serão integrados com um memorial, pátio interno, auditório, refeitório, academia, alojamentos, jardins, bicicletário e garagem e sala para o Comando de Engenharia e Prevenção de Incêndio (Cepi).

De acordo com o CBMCE, as companhias terão em média 30 bombeiros militares que atuam em ocorrências de combate a incêndio, busca e salvamento, atendimento pré-hospitalar (APH), entre outros. "As equipes atenderão os bairros que compõem a Área Integrada de Segurança 10 (AIS 10), além dos bairros pertencentes às AIS 1, 5 e 7", acrescenta.

Memória viva

Dayana Moreira, 41, que trabalha a poucos metros do local da tragédia, conta que não há como esquecer o que viu no dia 15 de outubro de 2019. "De tudo que eu já vivi na minha vida, contando a pandemia, nada foi tão assustador como o que eu passei naquele dia", relata.

Dayana foi uma das testemunhas oculares da tragédia. Com arrepios no corpo, ela conta detalhes do que viu. Inicialmente, ao ouvir o barulho, a empresária acreditava que o forte estrondo havia sido causado por uma colisão entre um caminhão e muitos veículos. Entretanto, ao sair na rua, ela não imaginava o que encontraria.

"Eu comecei a chorar. Quando eu saí da loja, o prédio ainda estava caindo. Fiquei abalada de uma forma que minhas pernas não conseguiram segurar, eu caí na calçada". A empresária, que trabalha há 27 anos na região, conta que conhecia quase todas as vítimas fatais, e que chegou a ajudar os sobreviventes.

"Na hora que aconteceu, lembro do porteiro vindo andando, todo ensanguentado, cambaleando, ainda atordoado. Sentei com ele e pedi para ter calma", lembra Dayana. Sobre o futuro, ela se diz feliz com o início da movimentação no terreno. "Espero que traga mais movimentação, ficou muito parado, os assaltos acabaram aumentando. Esse batalhão vai fazer bem", finaliza.

Atualizada às 18h55min