Praça da Lagoinha, no Centro de Fortaleza, tem piso e bancos quebrados
Além de danos no piso, nos bancos e nos monumentos que compõem a praça, local é ocupado de maneira desordenada por dezenas de ambulantes
15:18 | Set. 20, 2022
No Centro de Fortaleza, às margens das avenidas do Imperador e Tristão Gonçalves, a Praça Capistrano de Abreu, popularmente conhecida como "Praça da Lagoinha", apresenta sinais de abandono. O piso desgastado e quebrado em alguns pontos, os bancos quebrados e as pichações são alguns dos problemas no equipamento. Uma placa da Prefeitura de Fortaleza aponta que o equipamento foi reformado em 2016, mas em pouco mais de cinco anos após a requalificação, a situação é crítica.
No local, a quantidade de ambulantes impressiona. Por volta das 9 horas da manhã desta terça-feira, 20, o comércio de diversos produtos acontecia sem nenhum tipo de fiscalização. Francisco Pereira, 53, diz que trabalha há mais de 30 anos em feiras da Capital e afirma que não possui autorização para trabalhar ali.
"Eu só não tenho um cantinho melhor, porque não tenho cadastro. Eu já tive na feira da José Bastos, mas aqui ainda não consegui", afirma o ambulante, que trabalha com a venda de tênis. Sobre os problemas estruturais da praça, ele conta que o piso é o que tem causado mais problemas.
"Já caiu tanta gente aqui. Dia desses uma senhora caiu e quebrou os óculos. O principal problema daqui é o calçamento. Também tem a segurança, que em todo canto está ruim", opina.
O relato do ambulante é facilmente constatado por qualquer pessoa que frequenta o equipamento público. Em muitos pontos, é preciso caminhar com atenção para que acidentes possam ser evitados.
Nas tendas armadas pela praça é possível encontrar uma grande variedade de produtos, como roupas, sapatos, malas e até celulares. Bebidas alcoólicas e alimentos também são vendidos no local. Serviços como corte de cabelo também podem ser encontrados.
Daniele Nascimento, 41, é uma das cabeleireiras que trabalha na praça. Ela conta que passou os últimos anos afastada do local, mas resolveu voltar. "Eu já tinha trabalhado aqui antes, mas tinha deixado de vir. Hoje, eu estou retomando e acho que a praça piorou."
Assim como Francisco, para Daniela, o piso é o principal problema do equipamento. "Eu cheguei agora e já vi que o piso precisa ser melhorado. Tá bem ruim de andar. Qualquer um pode acabar caindo", afirma.
Sobre a situação da praça, a Prefeitura da Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), informa que fará uma vistoria técnica, a fim de identificar os serviços necessários para a revitalização do espaço público e elaborar um orçamento para a realização de intervenções no local.
Sobre o acesso de comerciantes à praça, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) informa que monitora diariamente a região do Centro da cidade, com o apoio da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF).
De acordo com a Agefis, o monitoramento tem o objetivo de verificar se os permissionários, ambulantes e camelôs estão cumprindo as determinações contidas nos termos de permissão e autorização, bem como se estão realizando o cumprimento da legislação referente ao Código da Cidade.
Praça da Lagoinha e o riacho Pajeú
O nome "Praça da Lagoinha" passou a ser utilizado devido ao fato de, no passado, um dos afluentes do riacho Pajeú passar naquele local, de acordo com a Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE).
Desde 1965, o nome oficial do equipamento é "Praça Capistrano de Abreu", em homenagem ao historiador cearense que integrou a Academia Cearense de Letras e a Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
No interior da praça, é possível contemplar uma estátua de bronze, que reproduz o homem que dá nome ao local. Assim como o restante da estrutura, a estátua, assinada pelo escultor Hildegardo Leão Veloso, apresenta marcas de desgaste.
Em outro ponto da praça, um busto do estudante João Nogueira Jucá apresenta melhores condições que o monumento de Capistrano de Abreu. Uma placa explica o motivo da homenagem ao estudante: "Ao herói fortalezense que morreu aos 17 anos após salvar vidas no incêndio da Casa de Saúde César Cals em 1959".
O ato de bravura, que resultou na morte de João, fez com que o jovem recebesse o título de primeiro bombeiro honorário do Ceará. Anualmente, o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) presta homenagens ao jovem na data da morte, 11 de agosto.