Colecionadores trocam e vendem acervos em encontro no Ceará
Evento acontece há quase duas décadas, no Hotel Praia Centro, e reúne pessoas de diversos lugares do PaísMoedas, cédulas, relógios, pratarias, vinis, fitas cassete, álbuns de figura e cartões de telefone são só alguns dos objetos trocados e comercializados no 17º Encontro de Multicolecionismo do Ceará.
O evento acontece há quase duas décadas, no Hotel Praia Centro, em Fortaleza, e reúne pessoas de diversos lugares do Brasil. Os artefatos presentes no encontro datam dos séculos 19, 20 e 21. Centralizada no Salão Ouro, a entrada para o encontro, que vai até o próximo dia 19, é gratuita.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Para o colecionador Carlos Lorenzo, 77, o acúmulo dos itens é como se fosse um vício sem consequências prejudiciais. Apaixonado por seu acervo pessoal de DVDs, principalmente de musicais e shows, Carlos é o organizador das primeiras edições do evento, que acontece desde de 2003.
“Desde os meus 14 anos, eu sou colecionador. É a minha cachaça. Eu nunca bebi vodca, rum, uísque, mas sempre fui viciado em fazer muitas coleções”, afirma Carlos, bem humorado. Atualmente, ele está no encontro apenas comprando e vendendo itens de colecionador.
O homem de 77 anos comercializa cédulas, moedas, cartões telefônicos e postais importados. ”Os valores variam de acordo com o valor simbólico do objeto. As cédulas da rainha são bem mais caras, por exemplo", aponta.
"Eu tive uma coleção muito grande de elefantes. Sempre que viajava para outros países ou estados do Brasil, eu comprava um. A Gláucia, minha falecida esposa, era apaixonada por esse animal, e sempre pedia objetos colecionáveis de elefantes”, conclui o ex-organizador do evento.
Selos
A filatelia é o estudo de selos postais e dos materiais relacionados a eles. De acordo com Julia de Melo, presidente da Sociedade Numismática e Filatélica Cearense (SNFC), a atividade filatélica é um universo de cultura e lazer.
A presidente da SNFC afirma que a atividade filatélica é indicada principalmente para crianças porque ajuda a desenvolver a atenção, leitura e pesquisa. "Esse desenvolvimento acontece de maneira lúdica através das imagens. A diversidade desses acervos está cada vez mais densa. Atualmente temos selos com cristais, bordados e braile, em variedades de formatos e impressões”, explica.
“Quando você começa a colecionar, você pode ter a opção de acumular um acervo específico", continua Julia de Melo. "Eu coleciono selos de anjos. Eu estudei bastante o assunto para agregar maior riqueza à minha coleção. Por exemplo, há anjos que tocam instrumentos. No meu acervo, eu busco cada instrumento de cada anjo específico”.
Segundo Genaro Carleial, vendedor de selos no Encontro, quanto mais antigo e raro for o selo, mais valioso e caro ele se torna. “O mais raro que eu tenho é do Brasil Império e do início do Brasil República, a partir dos anos de 1900. Mas os meus preferidos são os da coleção de selos espanhóis sobre a moda tradicional", diz.
Moedas e medalhas
O vice-presidente da SNFC, Flávio Henrique, 38, explica que a numismática é a ciência que estuda moedas e medalhas. Ele conta que o interesse em se tornar numismata está crescendo nos últimos anos: “Há uma nova geração passou a entender o colecionismo a partir das novas moedas da Copa. Dentro do colecionismo, é a área com mais força.”
Colecionismo em geral
Coleção e colecionador mantém uma relação muito próxima e os itens podem ser os mais variados possíveis. O exemplo disso é o caso do ex-bancário Willamy Farias, 67, que coleciona cheques de bancos ao longo das décadas.
“O cheque é uma representação de uma cédula. Eu trabalhei anos com esses papéis e sempre me identifiquei com o colecionismo em geral. Compro e vendo cédulas, moedas, selos, cartões telefônicos e em geral”, diz o ex-bancário.
Para Willamy, as coleções permitem rememorar o passado como algo novo a ser reverenciado.
“Eu também faço um trabalho de pesquisa para popularizar os brasões de sobrenomes de famílias brasileiras. Quando eu era bancário, eu tinha o colecionismo apenas como hobbie. Quando me tiraram do banco, eu virei colecionador integral", relembra.
"É prazeroso e a gente ainda ganha dinheiro, além dos amigos que fazemos. Esses encontros são confraternizações. Nós passamos cerca de um ano sem nos vermos, mas neste momento é uma alegria só”, finaliza.
Serviço
17º Encontro de Multicolecionismo do Ceará
Hotel Praia Centro - Salão Ouro (Av. Monsenhor Tabosa, 740 - Praia de Iracema);
Dos dias 15 a 19 de setembro, das 9 às 18 horas.