Nova exposição na Casa José de Alencar explora releituras da Mona Lisa
Galera de obras está aberta ao público gratuitamente até dia 31 de agosto
15:51 | Ago. 21, 2022
A imagem da Mona Lisa, uma das obras mais famosas do pintor e multiartista renascentista Leonardo da Vinci (1452–1519), foi criada em 1503 e segue inspirando artistas do mundo inteiro. Além do sorriso tão misterioso quanto a identidade da modelo, a pintura renascentista também é notável por ser a com melhor aplicação da técnica do sfumatoTécnica artística usada para gerar suaves gradientes entre as tonalidades..
É de se imaginar, portanto, o impacto dela nos apreciadores da arte. Entre eles, a colecionadora Veridiana Brasileiro, que agora expõe parte do acervo de 375 obras na Casa José de Alencar, em Fortaleza, na exposição “Novos Olhares para Monalisa”. O evento vai até dia 31 de agosto, com releituras inéditas de 81 artistas cearenses, que compõem a coleção completa de 197 artistas nacionais e internacionais.
Na inauguração, a curadora Andréa Dall’Ollio destaca como as temáticas das releituras variam de acordo com a identidade de cada artista. “A temática principal acaba sendo um pouco do regionalismo e da nossa cultura. Porque uma das questões é que o artista tem a liberdade de se apresentar, e muitos são regionalistas”, explica. Apesar disso, as possibilidades de Mona Lisas expostas são várias: cubistas, contemporâneas, Monalisas que não estão lá e até outras explorando somente a paisagem da obra.
Outro fator interessante é a mobilização de artistas doando releituras para a coleção. “Quando a coleção começou a ser apresentada, vários artistas quiseram doar e fazer parte dessa força que é a coletividade. Muito mais que uma coleção de Monalisas, essa é uma coleção de artistas e de artes”, comemora Andréa.
No dia da inauguração, uma criança doou uma Monalisa de recortes de papel, visto pela curadora como um passo importante para aprender sobre a obra original; enquanto uma senhora doou uma releitura bordada.
Margarida Gonçalves, de 73 anos, começou a vida de artesã após a aposentadoria. Na releitura, a ex-educadora usou quatro técnicas: o macramê, o quilt, o bordado à mão e a patchcolagem. “Já faz 12 anos que eu trabalho como artesã. Minha mãe era artesã nata, aí eu cresci vendo minha mãe trabalhar, apesar de ela ter sido educadora como eu. Depois que me aposentei, aí eu fui pra arte. Eu amo”, rememora Margarida.
A exposição está aberta ao público gratuitamente até dia 31 de agosto. Esta é a 21ª edição da exposição itinerante.