"São só duas gotinhas": em Dia D de vacinação, enfermeira alerta para baixa cobertura contra pólio
Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação segue até 9 de setembro em todo o País, com objetivo é atingir cobertura vacinal de pelo menos 95% para a vacina contra a poliomielite e atualizar a carteira de vacinaçãoA costureira Gilvanda Costa de Sousa, 28, aproveitou a manhã deste sábado, 20 de agosto, para levar a filha, Maria Isabely, de 4 anos, para atualizar a caderneta de vacinação. Elas foram ao posto de saúde Maria Aparecida, no bairro Vila Velha, após a mãe ser informada por uma agente comunitários de saúde que nesta manhã iria ocorrer o "Dia D" de vacinação contra a poliomielite e de multivacinação.
A ação, realizada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) nos 116 postos de saúde da Capital, faz parte da Campanha Nacional de Multivacinação, que teve início em 8 de agosto e segue até 9 de setembro em todo o País. O objetivo é atingir cobertura vacinal de pelo menos 95% para a vacina contra a poliomielite entre as crianças de um 1 a menores de 5 anos e atualizar a carteira de vacinação de adolescentes menores de 15 anos.
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Para as crianças, estão disponíveis as seguintes vacinas: BCG, Hepatite B, Rotavírus, Pentavalente, Pólio Inativada, Pneumocócica 10 Valente, Meningite C, Tríplice Viral, Hepatite A, Varicela, Pólio Oral, Tríplice Bacteriana (DTP), Febre Amarela. Para os adolescentes, são ofertadas cinco vacinas: ACWY, Tríplice Viral, Hepatite B, Dupla Bacteriana - Difteria e Tétano. A vacina contra o HPV é ofertada para meninas entre 9 e 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos.
"É bom a gente manter a caderneta atualizada, porque aí a criança não sofre tanto com vacinas atrasadas. E também porque faz bem para a saúde, né? Evitar vários tipos de doença", afirma Gilvanda. A costureira conta que também já vacinou a filha contra a Covid-19, apesar de ter ficado em dúvida quando chegou a vez da faixa etária da pequena.
"Muita gente fala as coisas, que acontece 'isso', que acontece 'aquilo', mas graças a Deus ela tomou e não sentiu nada." Quanto às demais vacinas, não há hesitação: "todas eu dou, nunca deixo atrasar", confirma. Neste sábado, 20, Maria Isabely foi ao posto tomar a vacina contra a poliomielite.
A enfermeira Beatriz Coelho, chefe da vacinação do posto Maria Aparecida, explica que a campanha de multivacinação busca ofertar as vacinas de rotina, mas principalmente intensificar a aplicação da Vacina Oral Poliomielite (VOP). Essa vacina é direcionada às crianças de 1 a 4 anos de idade que já tenham recebido as três doses de Vacina Inativada Poliomielite (VIP) do esquema básico.
De acordo com a profissional, um levantamento realizado pela SMS e pelas Secretarias Regionais mostrou uma "evasão" das crianças da Capital que deveriam receber a vacinação contra a paralisia infantil. "E é bem importante essa vacina (VOP), que são só duas gotinhas, para ficar bem claro. Foi feita a intensificação justamente por causa da pólio. A gente também aproveitou para colocar Covid-19 junto, para crianças e adolescentes", afirma.
A enfermeira explica que, com a pandemia de Covid-19, muitas pessoas não foram aos postos de saúde e, com isso, principalmente as crianças mais novas estão sem a vacina contra a pólio ou com o esquema vacinal incompleto.
A poliomielite é uma doença viral que pode atingir crianças e adultos e, em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de se prevenir contra a doença, e todas as crianças menores de 5 anos devem ser vacinadas. Desde 2016 a cobertura vacinal no Brasil está abaixo da meta de 95%.
Em todo o Brasil, o público-alvo para a campanha contra a pólio é formado por mais de 14,3 milhões de crianças menores de 5 anos. Outra vacina cuja cobertura tem se mantido abaixo da meta é a tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba. Essa taxa começou a cair em 2015.
Vacina em dia
Mãe de cinco filhos, a doméstica Maria Socorro Viana, 54, também conta que sempre manteve a vacinação de todos eles em dia. Neste sábado, ela levou os dois mais novos — os estudantes Gustavo e Guilherme Viana, de 14 e 12 anos, respectivamente — para o posto de saúde Maria Aparecida. "Sempre tive cuidado com meus filhos", diz. E com a vacina contra a Covid-19 não foi diferente: "(Quando) chegou, nós tomamos."
Um pai que também estava no posto de saúde do bairro Vila Velha, por sua vez, apesar de reconhecer a importância de manter as próprias vacinas em dia, assim como as vacinas dos filhos, mostrou-se hesitante em relação à vacina contra a Covid-19 para a filha mais nova. A enfermeira Beatriz Coelho afirma que é perceptível que a vacinação de adolescentes e, mais recentemente, a da faixa etária de 3 anos — que começou a ser vacinada em Fortaleza no último mês de julho —, tem sido impactada pela "questão da política".
Com Agência Brasil
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