Operação tapa-buraco atinge meta de recuperação das vias de Fortaleza; veja antes e depois

Ao todo, a operação atingiu 105% do volume dos serviços previstos, atingindo 528.193,27 m² de malha viária recuperada, em uma meta que tinha para recuperar 500 mil m² de vias públicas em 100 dias

A operação tapa-buraco em Fortaleza atingiu, nesta quarta-feira, 17, a meta de 105% do volume de trabalho previsto pelo pacote de requalificação de vias. O pacote de investimento, anunciado pelo Prefeito José Sarto (PDT), em maio deste ano, tinha como meta recuperar 500 mil m² de vias públicas em 100 dias. O prazo será concluído no próximo dia 24 de agosto.

Ao todo, as intervenções contemplaram as 90 principais avenidas da Capital e de 40 quadriláteros urbanos, totalizando 1.200 vias, representando 528.193,27 m² de malha viária recuperada, em 104 bairros de Fortaleza. A área recuperada, conforme a gestão municipal, é equivalente a mais de 64 campos de futebol.

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De acordo com o secretário executivo da Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), Arcelino Lima, o serviço de recuperação das vias continua apesar da meta alcançada. “Esse serviço acontece todos os dias do ano, e só é interrompido durante a quadra chuvosa. Após o período de chuvas, que foram intensas em 2022, a Prefeitura reforça as equipes em todas as regionais”, disse.

Ao todo, 18 equipes executam o serviço, onde cada Regional possui, pelo menos, uma equipe executando o serviço de requalificação durante o turno da manhã. Durante à noite, as equipes atuam nas avenidas de fluxo intenso como forma de não atrapalhar o trânsito. A Prefeitura de Fortaleza também informou que, ao longo da operação, outras vias que não entraram no pacote inicial foram incluídas e recuperadas.

População critica operação

O POVO foi às ruas na tarde da última sexta-feira, 12, e verificou que diversas avenidas e ruas da Cidade, de fato, já passaram por uma recuperação em pontos onde havia desgastes. Entre os trechos estão o cruzamento entre as ruas Joaquim Magalhães e Eusébio de Queiroz, no bairro José Bonifácio. Em abril deste ano, um buraco estava presente no meio do cruzamento das vias, mas, atualmente, encontra-se recuperado.

Apesar da ação, alguns trabalhadores do entorno acreditam que a solução é temporária. “Você vê que é um remendo que tem no asfalto. O asfalto vai se desfazendo com qualquer chuva um pouco mais forte. Está tampado bonitinho, mas não tem durabilidade e logo mais estará aberto novamente e desgastado”, comenta o proprietário de um estabelecimento local, Walbert Lima.

Na época, o ponto de desgaste na região era sinalizado com redes protetoras auxiliado com quatro eixos de madeira. “Aqui é um cruzamento, até certo ponto, perigoso porque é um corredor de acesso à avenida Aguanambi. O buraco não interferia tanto no trânsito, não chegou a causar acidentes ou transtornos maiores”, lembra Walbert, que acredita que a operação deve contemplar não só as principais avenidas da Cidade, como também vias dentro das periferias de Fortaleza.

Dentre as vias já contempladas estão as avenidas Luciano Carneiro, Expedicionários, Aguanambi, Universidade, Américo Barreira, Carneiro de Mendonça, Jovita Feitosa, Bezerra de Menezes, Rogaciano Leite, Engenheiro Santana Júnior, Historiador Raimundo Girão, Pontes Vieira, Antônio Sales, Chanceler Edson Queiroz, Dioguinho, Murilo Borges, Monsenhor Tabosa e Almirante Henrique Sabóia.

O serviço de recuperação asfáltica também foi realizado nas ruas Nereu Ramos, Raimundo Neri, Anselmo Nogueira, Emílio de Menezes, Verbena, Estado do Rio, Rio Grande do Sul, Andrade Furtado, Valdetário Mota, Crisanto Moreira da Rocha e Santa Terezinha do Menino Jesus.

Entre os pontos de desgaste asfáltico nessas vias, o trecho localizado no cruzamento da avenida Coronel de Carvalho com Major Assis, no bairro Jardim Iracema, ainda apresenta problemas. O local foi registrado com desgaste em junho, após um mês do início do pacote de recuperação, e ainda não apresentou melhoria.

De acordo com recepcionista de uma academia local, Ivone Vieira, 29, os acidentes decorrentes do buraco na via estão estáveis, mas o registro de barulhos de veículos que caem no ponto ainda é notado. “Bicicleta e moto são mais sensíveis e estão suscetíveis a cair. Já os carros, acredito que a maioria já teve problema com suspensão por conta dele. O local não é sinalizado e pelo que eu estou vendo não vai ser resolvido”, cita.

Segundo o educador físico Rodrigo Teles, 32, a forma como a operação foi pensada e executada não irá resolver o problema a longo prazo. “É tudo desnivelado. Você passa com o carro e você sente o balanço do veículo por conta dessa recuperação. E eles tampam os buracos, mas qualquer chuva ele abre novamente. Fazem um recapeamento muito mal feito e fica tudo desregulado.

Em outro ponto da Capital, na rua Joaquim Albano, no bairro Padre Andrade, um grande buraco chamava a atenção de quem passava em julho deste ano. Ao retornar ao local, foi notado que o ponto recebeu uma intervenção. No entanto, um trabalhador local relata que não foi pela prefeitura. Na época, um pneu e uma pedra foram colocados no local para servir de alerta aos motoristas.

“Colocaram umas pedras e areias e aterraram, mas acredito que foram serviço da Cagece. A operação de recuperação parece um amontoado de retalhos. Daqui para o final do ano, os buracos vão todos retornar. Isso é apenas uma capa que eles fazem. Conforme os carros forem passando e as chuvas retornarem, a buraqueira volta novamente. É melhor investir em algo que preste do que gastar com algo que em três meses vai voltar a ser um problema”, contesta o garçom que trabalha em um restaurante local, Eric de Jesus, 29.

Ao todo, o investimento da Prefeitura na operação foi de R$ 60 milhões, sendo R$ 22 milhões destinados somente para a requalificação do asfalto e R$ 28 milhões voltados para a execução dos serviços de limpeza pública.

O pacote incluiu também intervenções de limpeza, como retirada de lixo das ruas, sinalização das vias e melhoria na iluminação pública. O objetivo, segundo a gestão, era facilitar a mobilidade e garantir segurança ao tráfego do transporte público, pedestres e ciclistas.

Iluminação

As ações do pacote também contemplam a requalificação dos pontos de iluminação de Fortaleza. A Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP) executou manutenções em 2.846 pontos de iluminação pública na cidade. Ao todo, 492 logradouros receberam vistorias. Os serviços incluíram substituição de lâmpadas e componentes elétricos.

As vias de maior fluxo tiveram prioridade na execução dos serviços, entre elas estão as avenidas Francisco Sá, Santos Dumont, Humberto Monte, Expedicionários, General Osório de Paiva, Frei Cirilo, Bernardo Manoel, Jornalista Tomaz Coelho, Cônego de Castro, Senador Fernandes Távora e Heráclito Graça e rua Sabiaguaba.

Veja antes e depois das vias

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