Metade dos PMs denunciados na operação Gênesis estão trabalhando em serviços administrativos
Três policiais militares e três traficantes foram presos. Os outros três policiais denunciados seguem em liberdade e trabalhando em atividades administrativasA 8ª fase da operação Gênesis, do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) desarticulou um esquema criminoso entre policiais militares e traficantes. Seis agentes de segurança foram denunciados, mas apenas três foram presos. O restante segue em liberdade e trabalhando na corporação da Polícia Militar do Ceará nos serviços administrativos. Um deles está afastado por motivo de saúde.
O POVO solicitou informações ao Ministério Público, que informou, por meio de nota, que na 8ª fase da operação foram efetuadas seis prisões, sendo de três policiais militares e três traficantes. Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, sendo apreendidos aparelhos celulares e outros materiais eletrônicos.
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Em relação aos PMs que seguem em liberdade e ocupando funções administrativas, o MPCE informou que a operação Gênesis é recente e que o afastamento administrativo é de responsabilidade da Controladoria Geral de Disciplina (CGD). O MPCE destaca que os policiais militares passam por um processo que envolve a ampla defesa e, se condenados, podem perder os cargos.
Versão inicial desta matéria indicava que os PMs que ainda estavam trabalhando estavam nas atividades operacionais. A informação correta é que eles seguem nas atividades administrativas.
Por meio de nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que instaurou processos de disciplina para a devida apuração na seara administrativa. "Estando estes atualmente, em fase de instrução. Além disso, foi formalizado o pedido de afastamento do serviço operacional dos policiais militares citados a PM, conforme determina o art 88, da Lei 13.407/13.
Denúncias
Entre os denunciados estão quatro sargentos, um soldado e um tenente, todos da Polícia Militar do Ceará. O suspeito de ser chefe da organização criminosa apontado pelo MPCE é o sargento Auricélio da Silva Araripe. As investigações, que incluem interceptações telefônicas, apontaram o envolvimento de PMs com traficantes.
De acordo com as investigações, os agentes de segurança recebiam quantias de dinheiro para não interferir no tráfico de drogas e, em algumas situações, passavam informações privilegiadas. O grupo identificava possíveis vítimas envolvidas com a criminalidade e que tivessem maior poder aquisitivo. O Ministério Público detalha que uma pessoa da organização era responsável por seguir e verificar a rotina desse alvo, enquanto outros realizavam abordagens policiais e se utilizavam da máquina pública, como viaturas e armamento, para surpreender essas vítimas e extorquir dinheiro.
As investigações apontam que esses valores eram divididos entre os PMs e os traficantes. Em uma das interceptações telefônicas, os denunciados conversam sobre a informação de que uma mulher chegaria com cocaína em uma rodoviária na Capital. Eles se organizam sobre a melhor forma de abordá-la e articulam para quem passariam o entorpecente. Em outras interceptações, os traficantes combinavam com os PMs os locais para buscar quantias em dinheiro, uma espécie de mensalidade do tráfico.
Matéria corrigida às 07h44 de 11/08/2022