Fontes de água das praças do Ferreira e Luíza Távora apresentam problemas
Equipamentos possuem funções que vão além da estética, auxiliam no aumento da umidade e amenização do calor. Em Fortaleza, fontes das praças José de Alencar e da Murilo Borges atraem visitantes
No Centro de Fortaleza, as praças públicas podem funcionar como um refúgio para aqueles que querem desacelerar o ritmo. Nestes espaços públicos contemplados com bancos, à sombra das árvores, as fontes de água se tornam um atrativo a mais para o descanso. Uma das praças com fonte no bairro, no entanto, apresenta problemas: a Praça do ferreira. No bairro Aldeota, a fonte da Luíza Távora também está sem funcionar.
Na praça Murilo Borges, por exemplo, a comerciante Gorete do Nascimento, 62, resolveu tirar dez minutos do dia para contemplar a Fonte Luminosa, que ocupa o centro da praça. "Eu já vi essa fonte ligada muitas vezes, é muito bonita. Era para ser um lugar mais frequentado, principalmente por crianças", destaca.
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Desde 2019, a fonte passou a ser cercada por grades, pois o equipamento sofria, frequentemente, depredações. Eudório da Silva, 53, trabalha realizando a manutenção do equipamento há mais de 20 anos. Ele explica que o cercado tem ajudado a manter o chafariz conservado.
"Melhorou muito o meu serviço. Antes, as pessoas defecavam e urinavam aqui, dava muito trabalho. Agora, o trabalho maior são só as plantas que caem, mas é a natureza, a gente aceita", brinca. De acordo com o funcionário, a fonte costuma ser acionada todo dia no início e no fim da tarde.
Na manhã da última sexta-feira, 5, o jovem Jonas Nascimento, 22, contribuía com a harmonia do ambiente. Com um violino, o músico proporcionava momento de relaxamento no equipamento. "Essa fonte é muito bonita. Eu escolho tocar nesse lugar justamente por ser mais silencioso e mais tranquilo em relação a outras praças", relata.
A arquiteta e urbanista Amanda Barreto explica que as fontes possuem funções que vão além da estética. "O som da água é relaxante. Elas ajudam a umedecer o ambiente em regiões que são muito secas. Quando o lugar é muito quente, como Fortaleza, ajudam também", destaca.
A poucos metros dali, na Praça do Ferreira, a realidade é outra. A tradicional fonte acoplada ao grande relógio da praça já não atrai a atenção de quem passa pelo local. Quem trabalha na área diz que o equipamento não tem utilidade.
Ao redor da fonte, é possível observar as marcas do abandono. Lixo e fezes de animais estavam espalhados pelo equipamento na manhã do último dia 5. De acordo com a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger), por meio da Regional 12, a fonte da Praça do Ferreira encontra-se temporariamente desligada para manutenção corretiva.
Quem trabalha no Centro afirma que o problema é antigo. "Tem alguns anos que essa fonte não funciona. Trabalho aqui todos os dias e posso afirmar isso. Espero muito pelo dia que ela voltará a funcionar", conta o guardador de carros Francisco Tavares, 45, que tem na pele uma tatuagem do relógio e da fonte da praça, devido ao apego dele à região.
Ainda no Centro, na Praça José de Alencar, que teve a requalificação concluída em dezembro de 2020, a fonte de água do local se tornou um atrativo desde então. Maria Helena, que trabalha na região há 20 anos, conta que a praça ficou mais movimentada com a fonte.
"Costumam ligar no fim da tarde, é lindo. Muita gente para pra admirar e tirar fotos, o pessoal gostou bastante. Acho que se não fosse a insegurança, mais gente parava pra assistir", opina.
Em outro ponto da cidade, na Praça Luíza Távora, a fonte do local também apresenta problemas, segundo relatos de quem frequenta o equipamento. "Nunca mais vi funcionando, sempre passo por aqui. Antes eu até via eles ligando no fim da tarde", afirma a estudante Ana Karoline, 26.
A Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS) informou que a fonte instalada na Praça Luiza Távora apresentou um problema técnico, no último mês de junho. De acordo com a nota, a empresa responsável pela manutenção foi notificada e está tomando as providências de reparo. A previsão é que em 15 dias o equipamento esteja em pleno funcionamento.