Três anos após concurso, Fortaleza empossa mais de 50 servidores para Rede de Atenção Psicossocial

Convocação de novos servidores e criação de vagas é demanda de profissionais e pacientes da rede

Tomaram posse nesta quinta-feira, 28, novos profissionais que irão compor a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) de Fortaleza. Começam o trabalho na rede 33 enfermeiros, sete psicólogos, seis assistentes sociais e quatro terapeutas ocupacionais, totalizando 50 vagas preenchidas. Os servidores foram chamados a partir do cadastro de reserva do concurso público feito para a Raps em 2018, mais de três anos após a realização da prova.

Pelo menos 133 profissionais aprovados no certame já tinham sido empossados, segundo o prefeito Sarto Nogueira (PDT). As 58 novas vagas foram criadas para a rede em 2022, abrangendo mais pessoas que estavam aguardando a convocação. As oito pessoas restantes deverão tomar posse nos próximos dias, de acordo com a Prefeitura.

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Durante coletiva de imprensa antes da solenidade de posse, o prefeito afirmou que pretende enviar nova mensagem à Câmara dos Vereadores pedindo a criação de mais vagas que contemplem as especialidades abrangidas no concurso. Não foi divulgada data específica para a criação das vagas ou convocação de novos servidores.

Sarto também divulgou que a Prefeitura deve lançar um edital até o fim do ano para um novo concurso com 15 vagas para médicos, sendo 14 para psiquiatras e uma para neuropediatra.

Após o concurso de 2018, todos os psiquiatras aprovados foram convocados. No entanto, nem todas as vagas foram preenchidas, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS). Em 2020, um novo concurso para a especialidade foi realizado, mas novamente as 12 vagas disponíveis não foram preenchidas.

Com uma média de atendimentos de cerca de 14,5 mil nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) gerais, 8,5 mil nos sete Caps Álcool e Drogas e 3,5 mil nos dois Caps Infantis, a rede ainda contrata muitos profissionais de forma temporária.

Para a recém-empossada enfermeira Ana Paula Pontes, 49, “a rede está muito precária em termos de profissionais para contribuir”. “Realmente precisa [de mais profissionais]. Após a pandemia, o número de transtornos só aumentou”, afirmou Ana Paula.

Fabiana Bandeira, 43, também enfermeira, afirmou que houve pressão e cobranças para que novas vagas efetivas fossem criadas. “Todo mundo sabia da necessidade que existia.”

As duas, assim como o restante dos que tomaram posse nesta quinta-feira, não sabem em qual equipamento da rede prestarão serviço. A previsão para a lotação é no próximo dia 8 de agosto.

A quantidade de Caps Infantil também deve aumentar ainda neste semestre. Isso porque uma nova unidade será inaugurada no bairro Bom Jardim. De acordo com a secretária municipal da Saúde, Ana Estela, o prazo até a entrega do equipamento é de no máximo 60 dias, no fim de setembro.

Atualmente contando com apenas dois Caps infantis, a rede não suporta a demanda, conforme Monitoramento da Política de Saúde em Fortaleza realizada pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca). Segundo a pesquisa, Fortaleza precisaria ter dez centros para ter uma rede compatível com a população de crianças e adolescentes da Capital.

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