Casa de apoio Sol Nascente lança campanha de doações em nova plataforma
A instituição conta com o apoio de doadores voluntários para manter 40 acolhidosA Casa de apoio Sol Nascente (@casasolnascenteoficial), que acolhe adultos que convivem com HIV e os filhos deles, sobrevive de doações e recentemente lançou uma nova plataforma. Localizada no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no bairro Castelão, a Casa acolhe 40 pessoas (20 adultos e 20 crianças).
O dia a dia da casa conta com uma equipe técnica de assistentes voluntários, enfermeiros, fisioterapeuta, psicologia e técnicas de enfermagem. O local foi fundado em 2000, junto com o CEU, onde funcionam outras 23 instituições.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Lyara Lima, uma das coordenadoras da instituição, conta que, apesar de não atuar na Casa desde a inauguração, participou de todos as etapas."Na casa de adultos, normalmente recebemos pessoas vindas do Hospital São José (HSJ). Não é a única maneira, mas é a mais recorrente porque temos uma parceria com o HSJ. A equipe multidisciplinar[do hospital] vem semanalmente para realizar atendimentos. Já acolhemos pacientes de outro Estado e até de outro país", explica a gestora.
Ao todo, existem três Casas Sol Nascente, duas em Fortaleza e uma em São Paulo. Na Capital cearense, as duas unidades compreendem o atendimento adulto e infantil e têm parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Parte das despesas são cobertas pela SMS, mas itens de alimentação, material de limpeza e higiene pessoal ainda dependem de doações externas.
Por dia, conforme a coordenadora, a demanda de itens como fraldas geriátricas e luvas de procedimento é enorme. São utilizados de três a quatro pacotes de fraldas por dia e mais de uma caixa de luvas de procedimento. A gestão da casa tenta driblar a situação procurando fornecedores que ofereçam preços mais econômicos.
"Durante a pandemia, percebemos que as pessoas pararam um pouco de doar e tivemos que nos apertar também. Na casa de adultos nós acolhemos pessoas que convivem com o HIV e aqueles que se encontram em situação de abandono. A nossa capacidade de acolhimento sempre está no limite, e a demanda masculina é sempre maior", diz Lyara Lima.
"Na Sol Nascente eu sinto como se estivesse dentro do útero da minha mãe, porque eu renasci"
José Diego Uchôa, 33, vive na Casa Sol Nascente há 7 anos e não pretende sair. "Eu cheguei aqui pesando apenas 32 kg, órfão de pai e de mãe. Como não tinha onde ficar, uma senhora do HSJ arranjou a minha entrada aqui na casa", conta Diego.
Ele, que já convivia com o HIV, adquiriu câncer. Foi a partir desse momento que Diego comprovou o comprometimento dos profissionais que atuam na instituição. "Eles me acompanharam nesse processo todo do tratamento das duas doenças, e eu sigo aqui em modo de gratificação. Na Sol Nascente eu sinto como se estivesse dentro do útero da minha mãe, porque eu renasci aqui", afirma.
Ele narra que já tentou sair da casa três vezes, mas que em todas ela se arrependeu. "Eu quero continuar aqui porque foi onde eu encontrei o meu eu espiritual e venci o preconceito contra o HIV. Eu passei dez anos sem fazer o tratamento porque tinha preconceito, e eu via as pessoas próximas a mim praticando esse preconceito também", conta.
Dentro do imóvel os acolhidos têm, ao contrário do que se pode pensar, uma rotina dinâmica. Alguns possuem tarefas específicas e se dividem entre as tarefas de casa. Missas também sãocelebradas com frequência. Diego é o encarregado das roupas e desempenha a função com satisfação, pois diz que gosta de lavar as peças.
Comandante da cozinha da Casa, Gorete Félix conta a forma como acredita ter estado destinada a trabalhar ali. A sua minha impressão do local gerou espanto, pois acreditava que a instituição era um ambiente rígido. "Quando eu cheguei, achei que era uma casa de freiras. Antes trabalhava em um supermercado e fui demitida. Quando vinha de lá [do supermercado] para a casa da minha mãe, passei aqui em frente e pensei em mandar meu currículo. ", conta Gorete, com um sorriso no rosto.
A partir dali, tudo conspirou para que ela trabalhasse na instituição. A mulher relata com alegria que costuma arrancar sorrisos de uma moradora da casa que tem depressão profunda. "Quando eu cheguei, ela disse que há muito tempo não ria e eu consegui fazer ela rir e isso fez o meu dia. Eu conseguir transmitir a alegria para aquela pessoa que estava triste foi muito prazeroso, naquele dia eu fiquei saltitando de alegria", declara.
Como doar?
Por meio do link para a plataforma Risú, o doador poderá contribuir financeiramente com a Casa Sol Nascente.
Ao abrir a página, o doador deve inserir informações de identificação, como nome, sobrenome e telefone.
Em seguida, clicar no botão "entrar" para prosseguir com o cadastro para a doação.
Na segunda etapa, três valores surgem como opção de doação (R$ 10, R$ 30 e R$ 80). Caso o contribuinte queira doar um outro valor, há a opção "outro valor". Depois, o doador deve escolher a forma de pagamento (cartão de crédico, boleto ou pix) e prosseguir para a finalização da transferência de acordo com a forma escolhida.