Suspeita de extorquir mães de crianças autistas tem prisão relaxada

Fabíola Silva de Holanda, de 32 anos, porém, terá de cumprir medidas cautelares. Ela é investigada por aplicar golpes em até 53 mulheres

23:33 | Jul. 20, 2022

Por: Lucas Barbosa
Prisão de mulher suspeita de extorquir mães de crianças autistas (foto: Divulgação/Polícia Civil do Ceará )

A mulher presa em flagrante suspeita de extorquir extorquir mães de crianças com transtornos do espectro autismo (TEA) foi liberada em audiência de custódia. A Justiça entendeu que Fabíola Silva de Holanda, de 32 anos, "não denota periculosidade extrema" nem praticou o crime com "arma letal" ou violência física". A prisão ocorreu na terça-feira, 19, e a audiência de custódia, nesta quarta-feira, 20.

Conforme divulgado pela Polícia Civil, Fabíola abordava as mulheres, que não sabiam ter direito ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) por terem filhos autistas, e se oferecia para ajudá-las. Entretanto, ela cobrava 50% do valor, o que deveria ocorrer por um período de, aproximadamente, um ano.

Conforme o auto de prisão em flagrante, no momento da prisão, ocorrida em uma agência bancária do bairro Farias Brito, Fabíola teria constrangido, "mediante grave ameaça", uma das vítimas a repassar o benefício.  Conforme conversas no Whatsapp analisadas pela Polícia, a suspeita teria dito que, se a vítima não estivesse no local combinado, ela "iria ter problemas".

Apesar da liberdade, Fabíola deverá cumprir medidas cautelares, que incluem a proibição de manter contato com as vítimas e comparecer mensalmente à Coordenadoria de Alternativas Penais, da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP).

Ao considerar desnecessária a prisão, a juíza Adriana da Cruz Dantas levou em conta que a autuada é ré primária, de bons antecedentes e tem residência fixa, "sendo esta a primeira vez que, em tese, incursiona no mundo do crime".

Além da ocasião que resultou na prisão em flagrante, Fabíola é investigada por aplicar o golpe em 53 pessoas. Era esse o número de integrantes de um grupo no Whatsapp que a suspeita tinha. Além disso, ela é investigada por cobrar R$ 1000 para intermediar atendimentos em uma unidade de saúde filantrópica, que não cobra pelo serviços.