Pessoas LGBTQIA+, ativistas e aliados participam de pedal temático por orgulho e respeito
O pedal é parte das comemorações de Fortaleza do Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado mundialmente no dia 28 de junhoAs cores da bandeira LGBTQIA+ enfeitaram bicicletas dos participantes do Pedal do Orgulho, promovido neste domingo, 10, pelo grupo ativista Mães da Resistência, pela Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) e pela Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual de Fortaleza. Fitas e adesivos coloridos, além das tradicionais placas para incentivar o respeito aos ciclistas, foram entregues aos participantes. O trajeto do evento saiu da Cidade da Criança, no Centro, até a avenida Beira Mar.
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“O pedal é uma atividade alusiva ao 28 de junho [Dia do Orgulho LGBTQIA+] também nesse processo de envolvimento das secretarias da Prefeitura na defesa dos direitos da população LGBT, celebrando não só em junho, mas o ano inteiro. A AMC se junta neste esforço coletivo de estar hoje realizando esse pedal pela diversidade, respeito e celebrando o amor”, afirma Labelle Silva, chefe executiva da coordenadoria especial.
Além do pedal, fizeram parte do evento empreendedores LGBTQIA+ expondo produtos, e foram arrecadados alimentos não perecíveis para a Casa Transformar e a Outra Casa Coletiva, instituições não-governamentais que abrigam pessoas da comunidade em situação vulnerável.
O assistente social Vicente Pontes, 27, achou positiva a realização do evento. “Acho que muitas pessoas LGBTs se identificam com essa pedalada. O ideal seria se tivesse mais dessas atividades. Tem a parada, que vai ser em agosto, tem festa, mas acho que a gente tem que diversificar essas atividades. Pedalar, fazer atividade física numa praça, é uma diversidade do calendário”, afirma.
Vicente, que não tem costume de participar de pedais, sentiu-se motivado a sair de casa no domingo para se juntar aos ciclistas devido ao tema do evento. Já o professor Maik Wanderson de Sousa, 35, mora no Centro e tem o hábito de andar de bicicleta, tendo feito outros passeios promovidos pela AMC. O tema do pedal foi mais um atrativo. “Tanto a galera vê o pessoal passando de bicicleta, além de ter o fato da conscientização pelo uso da bike, também ver o lance de passar com as cores [da bandeira LGBT] chama um pouco de atenção pra isso.”
A idealizadora do evento e coordenadora do grupo Mães da Resistência, Gioconda Aguiar, também tinha costume de pedalar pela Cidade. Ela decidiu procurar órgãos da Prefeitura para unir o ativismo ao esporte. “As pessoas têm que entender que nossas famílias também pedalam, vivem igual a qualquer outra família. Gostaria muito que esse pedal fosse só o primeiro, que continuasse.”
“É muito importante que a sociedade veja que a gente realiza atividades para além das paradas do orgulho LGBT, pois as pessoas acham que a nossa única militância se resume a esses eventos. Este pedal é um ato também festivo, esportivo, mas é sobretudo político”, afirma a presidenta da União Nacional LGBT no Ceará, Silvia Cavalleire. Para ela, é necessário chamar atenção para “um segmento que sofre preconceito cotidianamente, mas que encontra formas de resistir”.