PM é pronunciado pela Justiça por assassinato de jovem no pré-Carnaval de Fortaleza
Conforme testemunhas, o crime aconteceu depois que o grupo de jovens arremessou uma chinela no veículo do policial. Caso ocorreu em 2019O policial militar Jairo Alves Lobo foi pronunciado pela 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza pelo homicídio que teve como vítima fatal João Victor Reinaldo de Sousa, além da tentativa de homicídio de outras quatro vítimas. Caso foi registrado no dia 17 de fevereiro de 2019, por volta das 1h45min, na avenida Humberto Monte, bairro Bela Vista, na Capital. A denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) foi aceita pela Justiça.
Conforme relato de testemunhas, no dia do crime, um grupo de rapazes voltava para as respectivas casas depois de uma festa de Pré-Carnaval quando, a partir de uma brincadeira entre dois amigos, um objeto (uma chinela) teria sido arremessado e atingiu um carro que estava passando. O veículo era de propriedade do policial Jairo Alves Lobo, que teria feito um retorno, parado e indagado se os jovens iriam continuar jogando coisas no carro dele. Um dos rapazes respondeu que foi uma brincadeira e o agente passou a efetuar disparos.
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Um dos tiros atingiu João Victor no pescoço e ele morreu. Já outro rapaz, sobrevivente, de nome preservado, foi atingido na mão esquerda. O policial fugiu sem prestar socorro. Câmeras de segurança flagraram que o veículo seria uma Mercedes Bens C 180.
As investigações da Polícia Civil identificaram o endereço do policial e as equipes cumpriram mandado de busca e apreensão, sendo apreendidos aparelhos celulares, uma pistola calibre 9 milímetros e o carro usado na ação criminosa.
Nos testemunhos, a informação dada pelas vítimas sobreviventes é de que todos estavam indo jogar uma partida de futebol. Eles ganharam o jogo e resolveram comemorar em um pré-Carnaval. O grupo caminhava na via e alguns dos meninos começaram uma brincadeira de jogar objetos uns nos outros. Foi quando uma chinela teria atingido o carro. O homem estava com uma arma e começou a atirar.
O policial, por sua vez, apresenta outra versão. Ele diz que agiu em legitima defesa e que o grupo anunciou assalto. No testemunho, o agente de segurança afirmou que derrubaram um motociclista e que ele conseguiu se levantar. E que haviam homens encapuzados com pedras e paus. Ele informou que o carro da frente deu ré e pegou para o lado direito e que havia um carro atrás do dele. Ainda relatou que teriam anunciado assalto.
Conforme o relato do policial, ele mandou a esposa se abaixar, desceu o vidro e pegou a arma. O agente relata que ficou preocupado com quem vinha atrás e que a intenção era atirar pra cima e não em direção a ele. E afirmou que não tinha certeza de quantas pessoas foram atingidas e não tinha intenção de matar ninguém, mas de atirar para que eles saíssem da via.
Para o Ministério Público há contradições nos testemunhos do acusado e da esposa, pois ele cita homens encapuzados e ela não cita. Também falam de paus e pedras, mas somente a chinela teria sido arremessada. O profissional da segurança tornou-se réu por homicídio qualificado.