Gonzaguinha da Messejana: fechamento pode sobrecarregar rede, alerta Cremec
Unidade terá atendimento suspenso a partir de julho por causa de reforma. Segundo Cremec, ao menos 29 bairros da Capital serão diretamente afetadosO Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) alerta, em nota divulgada nessa terça-feira, 28, para uma possível sobrecarga na rede de assistência materno-neonatal de Fortaleza com a suspensão do funcionamento do Hospital Gonzaga Mota (Gonzaguinha), no bairro Messejana. A Prefeitura anunciou que a unidade interromperá os atendimento a partir de julho, quando está previsto o início de uma reforma geral na estrutura. Os atendimentos, conforme a gestão, serão oferecidos pelo Gonzaguinha do José Walter e Policlínica.
De acordo com o Cremec, a medida vai impactar diretamente 29 bairros da Capital, na Regional VI, que têm o Gonzaguinha da Messejana como unidade especializada de referência. Para a entidade, o fechamento temporário do hospital "resultará, previsivelmente em enorme prejuízo assistencial". Em média, a unidade realiza cerca de 300 partos e 50 curetagens pós-aborto por mês.
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Sem a oferta dos procedimentos, o Cremec acredita que haverá crescimento exponencial na demanda do Gonzaguinha do bairro José Walter e até mesmo nos hospitais de alta complexidade. "Além de atender à demanda própria, o Gonzaguinha José Walter terá capacidade de absorver o contingente de pacientes da Regional VI? Ou simplesmente constataremos o agravamento da crise, com o aumento da superlotação dos hospitais terciários (HGF, César Cals e Maternidade-Escola)?", questiona trecho da nota.
O texto ainda ressalta prejuízos logísticos para os moradores da Regional VI, que terão dificuldades de se deslocarem para unidades em outras regiões na Capital. Como solução ao problema, o Conselho sugere que a reforma seja executada por etapas, permitindo o funcionamento parcial da unidade. "Não há que se questionar a necessidade da reforma, mas o seu planejamento e forma de execução", finaliza o texto.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), após a interrupção do funcionamento do hospital, os pacientes internados na unidade serão transferidos para outros hospitais da rede de acordo com as condições de saúde e a classificação de risco dos enfermos. Ainda segundo a pasta, a desmobilização do atendimento será necessária para o cumprimento de etapas antes da obra, como remoção de equipamentos, transferência de equipes e averiguação das condições estruturais do prédio.