Gonzaguinha da Messejana: fechamento pode sobrecarregar rede, alerta Cremec
Unidade terá atendimento suspenso a partir de julho por causa de reforma. Segundo Cremec, ao menos 29 bairros da Capital serão diretamente afetados
13:51 | Jun. 29, 2022
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec) alerta, em nota divulgada nessa terça-feira, 28, para uma possível sobrecarga na rede de assistência materno-neonatal de Fortaleza com a suspensão do funcionamento do Hospital Gonzaga Mota (Gonzaguinha), no bairro Messejana. A Prefeitura anunciou que a unidade interromperá os atendimento a partir de julho, quando está previsto o início de uma reforma geral na estrutura. Os atendimentos, conforme a gestão, serão oferecidos pelo Gonzaguinha do José Walter e Policlínica.
De acordo com o Cremec, a medida vai impactar diretamente 29 bairros da Capital, na Regional VI, que têm o Gonzaguinha da Messejana como unidade especializada de referência. Para a entidade, o fechamento temporário do hospital "resultará, previsivelmente em enorme prejuízo assistencial". Em média, a unidade realiza cerca de 300 partos e 50 curetagens pós-aborto por mês.
Sem a oferta dos procedimentos, o Cremec acredita que haverá crescimento exponencial na demanda do Gonzaguinha do bairro José Walter e até mesmo nos hospitais de alta complexidade. "Além de atender à demanda própria, o Gonzaguinha José Walter terá capacidade de absorver o contingente de pacientes da Regional VI? Ou simplesmente constataremos o agravamento da crise, com o aumento da superlotação dos hospitais terciários (HGF, César Cals e Maternidade-Escola)?", questiona trecho da nota.
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O texto ainda ressalta prejuízos logísticos para os moradores da Regional VI, que terão dificuldades de se deslocarem para unidades em outras regiões na Capital. Como solução ao problema, o Conselho sugere que a reforma seja executada por etapas, permitindo o funcionamento parcial da unidade. "Não há que se questionar a necessidade da reforma, mas o seu planejamento e forma de execução", finaliza o texto.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), após a interrupção do funcionamento do hospital, os pacientes internados na unidade serão transferidos para outros hospitais da rede de acordo com as condições de saúde e a classificação de risco dos enfermos. Ainda segundo a pasta, a desmobilização do atendimento será necessária para o cumprimento de etapas antes da obra, como remoção de equipamentos, transferência de equipes e averiguação das condições estruturais do prédio.
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