Adolescentes fazem seis socioeducadores reféns e liberam vítimas após negociação com Bope
DCA apura a conduta de cinco adolescentes que se envolveram na ocorrênciaAtualizada às 15h28min
Adolescentes fizeram seis socioeducadores reféns no Centro Socioeducativo São Francisco, no bairro Passaré, em Fortaleza, na madrugada desta quarta-feira, 29. Houve negociação com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e os profissionais foram liberados. O Grupo de Intervenção Tática (GIP), da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo do Estado do Ceará (Seas), esteve no local e controlou a situação.
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Conforme O POVO apurou, por volta de 1h30min, um grupo de adolescentes conseguiu fugir dos seus compartimentos e abriu outros quatro, liberando mais adolescentes. Eles fizeram um agente socioeducativo refém e em seguida renderam mais cinco, fazendo uso de armas artesanais.
O GIP foi acionado e, como havia reféns, o Bope se deslocou e negociou durante uma hora e meia com os adolescentes até que eles liberassem os reféns e se entregassem. Os adolescentes foram encaminhados à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) para realização dos procedimentos cabíveis. Houve também a vistoria e realocação aos respectivos compartimentos.
Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a DCA apura a conduta dos cinco adolescentes que se envolveram na ocorrência. Conforme o órgão, o procedimento do ato infracional foi finalizado e remetido ao poder judiciário.
Por meio de nota, a Seas informou que houve uma situação de crime no Centro Socioeducativo São Francisco, no Passaré. "Adolescentes de uma ala se soltaram e fizeram alguns socioeducadores de reféns", informaram.
Depois da negociação todos foram liberados sem ferimentos. Houve regisro de dano ao patrimônio como quebra de móveis da área administrativa. "Informamos que não houve fugas", diz a nota.
Os cinco jovens apontados como de maior responsabilidade na rebelião foram transferidos para outros centro socioeducativos.
Conforme a nota, todos os procedimentos pós crime são realizados, "como registro de ocorrência, responsabilização dos envolvidos, além de comissão disciplinar e assembleia, apuração pela corregedoria, atendimento técnico, comunicação as autoridades competentes", informa.
A Seas afirma que os servidores vítimas da ocorrência serão acomapnhados pelo Núcleo de Saúde do Trabalhador do órgão.
Adolescente morto em abril
Em abril deste ano, um adolescente de 14 anos foi morto no Centro Socioeducativo Canidezinho. Outros três adolescentes apontados como responsáveis pelo ato infracional análogo ao homicídio foram identificados e encaminhados à DCA. Na época, a Seas informou que os coordenadores compareceram à unidade e realizaram relatórios formais, que foram encaminhados ao sistema de Justiça do Estado. Devido o caso ter acontecido dentro de um sistema socioeducativo, onde o jovem deveria ter a proteção do Estado, o Ministério Público iniciou uma apuração para verificar as circunstancias e a responsabilização acerca da morte.