Frequentadores reclamam de problemas estruturais da Praça do Ferreira, em Fortaleza
Um dos principais símbolos da Capital cearense é motivo de preocupação para quem costuma ir ao localAs marcas do tempo e do mau uso dos equipamentos públicos estão escancaradas na Praça do Ferreira. Bancos quebrados, lixeiras danificadas, buracos no piso, além de problemas na iluminação passaram a fazer parte do "coração" de Fortaleza. Quem frequenta o local reclama da falta de zelo do poder público, mas também cobra uma melhor postura da população no enfrentamento do problema. Copos descartáveis, recipientes plásticos e papéis são facilmente encontrados espalhados pelo chão da praça.
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"É bem claro que aqui precisa de uma melhoria, mas também é importante que as pessoas saibam conservar. Pra mim, o principal é o piso, que está cheio de buraco", opina o moldurista Raimundo Nonato, 53.
Apesar da sujeira do local, pelo menos dois funcionários da Prefeitura realizavam a limpeza do equipamento durante a manhã de segunda-feira, 6.
Na avaliação de José Ribamar, 67, o trabalho realizado pelos agentes não tem sido suficiente diante das necessidades do local. "A gente precisa de uma grande reforma aqui, mas não só isso, também é preciso cuidar depois. Estamos no coração da Cidade, chega um turista aqui e encontra o relógio cheio de fezes", desabafa Ribamar que trabalha como guardador de carros na Praça do Ferreira há 50 anos.
Outra reclamação dos frequentadores da praça é de que a fonte de água, que cerca o relógio, não estaria funcionando. Na manhã de segunda, quando O POVO esteve no local, a fonte não foi acionada em nenhum momento.
Para o turismólogo Gerson Linhares, que preza pela disseminação da educação patrimonial, não há como falar dos problemas estruturais da praça sem citar os problemas sociais. Linhares reconhece que a Prefeitura realiza reparos pontuais, mas é preciso ir além. "O local se tornou um ponto das pessoas em situação de rua. Faço caminhadas culturais por lá, até vejo agentes limpando e aguando, mas é preciso uma certa civilidade para que isso se mantenha."
O turismólogo afirma que as medidas realizadas são insuficientes, é preciso mobilização de mais setores da sociedade. "É muito triste e inconveniente quando conduzo um grupo de turistas. Sempre saem com uma imagem muito negativa. É preciso restaurar e disciplinar, como fizeram na José de Alencar e na Castro Carreira", destaca.
Uma sugestão de Linhares é o reforço da fiscalização na região, para que a degradação não siga como algo recorrente no equipamento, além da realização de atividades culturais no espaço.
"O mais irônico é que é um local histórico, e essa é a situação que estamos vendo. Sempre deixam bem claro quais são os pontos turísticos da Cidade, mas deixam do jeito que está, e isso não é só aqui", lamenta Raquel Freitas, 25, estudante de Direito que passava pelo local.
Ainda na segunda-feira, 6, a reportagem questionou a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger) sobre a situação da Praça do Ferreira. Entretanto, até o fechamento da matéria, a Seger não respondeu se possui algum projeto de reestruturação e se realiza algum trabalho de manutenção do local.
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