Gonzaguinha da Messejana: unidade vai parar de funcionar para construção de nova estrutura
Segundo o Sindimédicos, os diretores do hospital informaram que o local seria demolido. Prefeitura fala em nova estrutura físicaFuncionários do Hospital Distrital Gonzaga Mota, Messejana, foram surpreendidos no último dia de 29 de maio com a descoberta de que o local deve ser demolido a partir do dia 1º de julho. A Prefeitura de Fortaleza não confirmou que haverá demolição, mas a construção de nova estrutura física. A unidade tem 75 leitos e 700 profissionais, que deverão ser realocados para outras unidades da Rede Municipal, assim como equipamentos e pacientes. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) não informou prazos de conclusão.
De acordo com informações do Sindicato dos Médicos Ceará (Sindimédicos), a decisão prejudica os profissionais de saúde, os quais não tiveram nenhum aviso prévio da obra. A informação repassada na unidade, de acordo com o Sindicato, é que o local será demolido e que uma nova unidade de saúde seria reerguida no local. Questionada sobre mais informações das intervenções, a Prefeitura SMS destaca que os detalhes sobre a obra serão divulgados após a conclusão do projeto.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Leonardo Alcântara, presidente do Sindimedicos, disse que em conversas com os diretores do hospital, foi repassada a necessidade de mudanças estruturais na unidade de saúde, a qual passava por reformas pontuais. O médico lamenta a forma como os funcionários souberam possível demolição e das obras.
“A própria população só vai saber por conta da exposição na mídia. É muito complicado um espaço com a quantidade de pessoas que o Gonzaguinha recebe ficar indisponível assim, de uma hora para outra”, ressaltou.
Referência como pronto atendimento obstétrico
A Prefeitura ressalta que o Gonzaguinha da Messejana está prestes a completar 36 anos de existência, e possui cerca de 75 leitos entre unidades semi-intensiva, intensiva neonatal, cuidados intermediários canguru, observação obstétrica e alojamentos conjuntos. As intervenções pelas quais passará, de acordo com a Prefeitura, faz parte de um plano de modernização da sua rede hospitalar. A unidade, que realiza pronto atendimento obstétrico 24h, ganhará nova estrutura física para qualificar o atendimento materno infantil.
“A desmobilização do atendimento no início do segundo semestre será necessária para o cumprimento de etapas antes da obra, como remoção de equipamentos, transferência de equipes e averiguação das condições estruturais do prédio. Assim como a garantia de condições salubres para profissionais e pacientes durante o atendimento”, diz a SMS através de nota.
Ana Estela Leite, secretária da Saúde do Município, vê como positiva a reforma. Conforme ela, a ideia é que a nova unidade qualifique o atendimento ao público, uma vez que o hospital se adequará às normas técnicas vigentes. “Será um ganho para a Cidade, para os profissionais que lá atuam e para os usuários, em especial aqueles que necessitam do atendimento materno-infantil, com a adequação de toda ambiência ao atendimento humanizado”, afirma.
Impacto das obras no trabalho dos profissionais de saúde
Segundo a Prefeitura, o hospital conta atualmente com cerca de 700 profissionais. As equipes serão remanejadas para atuar nas demais unidades de saúde da Cidade. O atendimento na unidade permanece integral durante este semestre, após isso, os pacientes internados na unidade serão transferidos para outros hospitais da Rede Municipal da Saúde, respeitando as condições de saúde e classificação de risco.
O presidente do Sindimédicos, Leonardo Alcântara, comentou sobre a realocação dos profissionais para outras unidades. Ele entende que essa movimentação é prejudicial à classe, uma vez que muitos funcionários também trabalham em outros centros de saúde.
“O problema é que, primeiro, muitos desses profissionais, os quais estão no Gonzaguinha, estão lá há mais de 30 anos. E outra coisa, esses profissionais dão plantões, e quando são realocados para locais que já tenham outras pessoas atuando, talvez precise mudar a escala, gerando problemas, uma vez que nessa mudança, o novo horário, choque com o trabalho em outros espaços”, explicou.
Atendimento materno infantil
A SMS também informou que as gestantes de risco habitual de Fortaleza, após a transferência dos atendimentos para as demais unidades, poderão buscar as demais unidades da linha materno-infantil da Capital, que conta com as seguintes maternidades da rede própria:
- Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC);
- Hospital Distrital Gonzaga Mota Barra do Ceará (Gonzaguinha Barra Do Ceará);
- Hospital Distrital Gonzaga Mota José Walter (Gonzaguinha José Walter), que passa por melhorias estruturais e funcionais, para garantir, cada vez mais, um atendimento de excelência e humanizado, e que será entregue no segundo semestre deste ano totalmente qualificado, ampliado e modernizado.
A população ainda pode ir até o Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann (Hospital da Mulher de Fortaleza), que acolhe pacientes via Central de Regulação.