Caso suspeito no CE: especialista tira dúvidas sobre a varíola dos macacos

Brasil monitora um caso suspeito no Ceará e outro em Santa Catarina. Doença é mais leve do que a varíola humana. Veja mais informações

Ceará investiga um caso suspeito da varíola dos macacos. Outro caso suspeito é monitorado em Santa Catarina. A doença é muito semelhante à varíola humana e é transmitida principalmente pelo contato próximo com pessoas ou animais infectadas, explica Lisandra Damasceno, infectologista do Hospital São José (HSJ). A varíola dos macacos, contudo, é mais leve que a humana. 

O paciente com suspeita da doença é de Fortaleza. A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) afirmou que "foram aplicadas todas as medidas recomendadas, como isolamento domiciliar, busca de contatos e coleta de material para exames, que está em processamento." 

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Não foi identificado que o paciente fez deslocamentos para áreas em que foram confirmados casos da doença nem que teve contato com pessoas com varíola do macaco. Por isso, a principal suspeita diagnóstica até então é varicela, conhecida também como catapora, acrescenta a pasta. No entanto, o caso segue sendo investigado.

A infectologista explica que as bolhas começam a aparecer na face e tendem a estourar e virar crostas. "Em geral, as pessoas tomam remédios só para tratar os sintomas, como febre e dor. Para tratar especificamente o vírus não tem muita indicação porque a doença é autolimitada. Existe o tratamento específico em determinadas situações, como casos graves, mas não está disponível mundialmente", diz. 

Os perfis mais suscetíveis ao agravamento do quadro são de gestantes, idosos, crianças e pessoas com doenças com doenças que diminuem a imunidade. 

Conforme a médica, já existem imunizantes contra a doença, mas não em quantidade suficiente para uma vacinação em massa, pois não é produzida em larga escala. Ela explica que quem já foi vacinado para a varíola humana, antes da erradicação da doença, em 1979, pode ter ainda alguma proteção contra a varíola dos macacos. 

O que sabemos sobre a varíola dos macacos 

  • Como a varíola dos macacos é transmitida?

- Principalmente através de grandes gotículas respiratórias. Como as gotículas não podem viajar muito, é necessário um contato pessoal prolongado;
- Fluidos corporais, contato com alguma lesão ou contato indireto com o material da lesão;
- Por meio da mordida de animais que carregam o vírus ou consumo destes.

  • Como se prevenir?

- Evitando contato com pessoas com caso suspeito e objetos que essas pessoas tenha usado, bem como com animais que possam estar doentes;
- Uso de máscara de proteção e o distanciamento.

  • Quais os principais sintomas?

- A doença tem período de incubação pode variar de 5 a 21 dias;
- O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias (febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos, dor nas costas, dor muscular e falta de energia);
- O estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas (lesões evoluem de máculas — lesões com base plana — para pápulas — lesões dolorosas firmes elevadas).

  • Qual a gravidade da varíola dos macacos?

- Além de transmissão menor, a letalidade da varíola dos macacos também é bem menor em comparação à varíola humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da doença surgida mais recentemente é de 3% a 6%. A mortalidade da varíola humana chegava a 30%, conforme o órgão.

- Em geral, os pacientes tomam remédios apenas para tratar os sintomas como dor de cabeça e febre. Casos mais graves podem ocorrer em gestantes, idosos, crianças e pessoas que têm doenças que diminuem a imunidade.

  • Existem vacinas disponíveis que protegem contra a doença?

- As vacinas contra varíola comum (humana) protegem também contra a varíola dos macacos. Com a erradicação da doença no mundo, em 1980, a vacina deixou de ser aplicada. Pessoas que foram vacinadas há mais de 40 anos contra a varíola humana ainda podem ter alguma proteção.

- Ainda não há recomendação para a vacinação em massa. E não há vacinas disponíveis no mercado neste momento. Se houver surto ou grande frequência de casos, pode ser necessário acionar a indústria para essa produção.

Com Agências

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