Escolas de surfe de Fortaleza recebem kits com equipamentos aquáticos

Nesta edição do projeto, 20 agremiações foram contempladas. Além dos equipamentos, escolas receberão ajuda de custo para remunerar instrutores e monitores de aulas de surfe

22:08 | Mai. 25, 2022

Por: Luciano Cesário
Lycras, pranchas e parafinas foram alguns dos equipamentos entregues aos representantes das escolas de surf na tarde desta quarta-feira, 25 (foto: Aurelio Alves)

Diante do pôr do sol na Praia do Futuro, instrutores e alunos de escolas de surfe de Fortaleza receberam, na tarde desta quarta-feira, 25, os kits com equipamentos esportivos aquáticos fornecidos pelo projeto Juventude na Onda, da Prefeitura de Fortaleza. Neste ano, a iniciativa contemplou 20 instituições de diferentes localidades da Capital, sete a mais do que em 2021. A escolha ocorreu por meio de chamamento público lançado pela Secretaria Municipal da Juventude (SMJ).

As escolas beneficiadas receberam artigos como lycras, pranchas de surf, bodyboard, parafinas e fardamentos personalizados. Ao todo, foram entregues 70 pranchas, 328 coletes, 35 bodyboards, 35 nadadeiras, 19 tendas de sol, oito funboards, cinco longboards, 545 parafinas, 569 camisas e 560 bonés, totalizando mais de dois mil itens.

Além dos equipamentos, cada agremiação receberá ajuda de custo mensal no valor de R$ 1.000 para a remuneração de instrutores e R$ 300 para monitores, que podem ser escolhidos entre os próprios alunos. Segundo a SMJ, a ação alcançará diretamente pelo menos 300 jovens e adolescentes praticantes dessa modalidade esportiva.

A instrutora de surfe Rafaela Bahia, da Aldeia Surf Escola, com atuação na Praia da Sabiaguaba, comemorou a entrega dos novos equipamentos. “Sem as ferramentas a gente não pode fazer muita coisa além de tomar um banho de mar e pegar onda de peito. Os equipamentos são mais do que nosso instrumento esportivo, são também um meio de inclusão, para que mais alunos possam ser atendidos e que tenham aulas de qualidade”, pontuou.

Na mesma escola onde Rafaela atua, o surfista Lucas Bonfim, 17, se prepara para ser monitor dos cerca de 73 alunos matriculados na instituição. Apesar da pouca idade, a trajetória dele nesse esporte aquático já tem momentos de consagração. “Eu entrei na escola [Aldeia Surf] em 2010, mas pratico surfe desde os 6 anos. Já percorri várias cidades do Brasil para participar de competições nacionais, inclusive fui eleito o terceiro melhor do País na categoria sub-10”, contou.

“É muito legal ver que eu era um moleque pequeno cheio de expectativas, como eles são hoje, e que eu já passei por essa fase e agora estou aqui com a missão de ajudá-los a alcançar as realizações”, acrescentou Lucas. Ele ainda enfatizou que, com os investimentos e incentivos à modalidade, o surfe deixa de ser apenas um hobby — na visão de alguns— e se transforma num “grande instrumento de transformação social”.

O vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, que participou da entrega dos kits, explicou que o Juventude na Onda tem como base três eixos norteadores. “A ideia é que os jovens se desenvolvam pessoalmente, profissionalmente e educacionalmente. O projeto também incentiva as crianças que não estão na escola a se matricularem numa unidade de ensino”, disse.

Segundo Batista, embora o fomento ao surfe esteja no centro dos objetivos do projeto, os alunos também são incentivados a outras atividades, por meio de uma parceria com a Rede Cuca, que disponibiliza cursos técnicos e formações sociais a todos os participantes.

“O surfe é apenas aquilo que os move, o que eles buscam aprender, mas ao mesmo tempo, se a gente oferece mais oportunidades, eles também podem se transformar em músicos, fotógrafos subaquáticos, podem aprender, de repente, a fazer prancha… É um projeto amplo em possibilidades. investir nesses jovens é o caminho para que a gente possa transformar a realidade da nossa Cidade, do nosso Estado e do nosso País”, concluiu Batista.

De acordo com o titular da SMJ, David Gomes, uma nova entrega de materiais está prevista para o segundo semestre deste ano. “O material é algo muito estimulante para que os alunos sigam no esporte, pois não basta ter o ensino, ainda mais porque a gente trabalha com escolinhas de lugares muito carentes e muitos jovens com potencial gigantesco precisam desse apoio”, destacou o secretário, acrescentando que os torneios locais de surfe promovidos pela Prefeitura serão retomados a partir de junho, após mais de dois anos suspensos por conta da pandemia.

OUÇA O PODCAST VOO 168 BASTIDORES