Justiça recebe denúncia contra PM acusado de matar homem em casa de show
Homicídio teria sido desencadeado por um desentendimento após a vítima ter pisado no pé do soldado. O policial militar nega o crimeA 3ª Vara do Júri recebeu nessa sexta-feira, 20, denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE) contra um policial militar acusado de matar um homem de 36 anos em uma casa de show localizada no bairro Canindezinho, em Fortaleza. O soldado Mathieus José de Oliveira, de 29 anos, teria atirado e matado Wanderley Soares Barbosa, conhecido como "Gugu", após uma discussão que, conforme o MPCE, começou quando a vítima pisou no pé do policial. O PM negou o crime à Polícia Civil.
O caso aconteceu no último dia 10 de abril. Conforme a denúncia, Mathieus chegou ao estabelecimento já bêbado, por volta de 0 hora. Já na entrada, teria ocorrido a primeira confusão: o militar foi abordado pelos seguranças por estar armado, tendo retrucado afirmando ser policial. Entretanto, ele não teria exibido identificação oficial.
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“Bastante agressivo”, conforme o MPCE, ele ainda tentou entrar sem pagar, aumentando a confusão com os seguranças do estabelecimento. Conforme a denúncia, Mathieus chegou a dar três tapas no rosto de um segurança e apontado a arma que portava contra ele. Para evitar "maiores problemas", o segurança e o dono da casa de shows teriam deixado o PM entrar na festa.
Já na festa, Mathieus entrou em uma confusão com a vítima, após Wanderley pisar no pé do PM. "Num determinado momento, iniciou uma discussão com o réu que ocupava uma mesa próxima, em razão de a vítima ter pisado no pé do destemperado policial militar, momento em que [uma pessoa ligada a Wanderley] foi pedir desculpas ao denunciado, entretanto o homem desferiu socos no rosto do jovem que caiu por cima das mesas, imediatamente sacando a arma e apontando para as pessoas que estavam no local", conta a denúncia.
Um amigo do PM ainda teria tentado segurá-lo e retirá-lo do meio da confusão. Conforme o MPCE, a vítima também teria tentado acalmá-lo, mas, em vez disso, o militar atirou cerca de dez vezes contra ele. Em seguida, Mathieus teria passado a atirar para cima, com o intuito de dispersar os demais frequentadores do local e poder fugir. Wanderley morreu no local do crime.
O soldado foi preso por força de mandado ainda em 18 de abril. O caso gerou revolta entre amigos e familiares de Wanderley, que organizaram uma manifestação que chegou a bloquear a avenida Osório de Paiva no dia 11 de abril.
A defesa de Mathieus tem dez dias para responder à acusação. O POVO não conseguiu contato com os advogados do PM na manhã e na tarde desta segunda-feira, 23. Um pedido de habeas corpus foi impetrado pela defesa do soldado e aguarda apreciação por parte do Tribunal de Justiça do Estado (TJCE).
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