Jovens apreendidos por morte de motorista são transferidos após execução em centro socioeducativo

Os dois adolescentes são parentes do interno de 14 anos executado e também estão apreendidos pela morte do motorista de aplicativo

Dois adolescentes apreendidos pela morte do motorista de aplicativo José Hilker Assunção de Sousa foram transferidos do Centro Socioeducativo Canidezinho nesta segunda-feira, 25, por questões de segurança. A iniciativa é realizada após a morte de um parente deles, de 14 anos, que também era interno

O jovem teria sido morto após uma mudança de ala por companheiros de dormitório depois que descobriram o ato infracional análogo ao latrocínio (roubo seguido de morte) contra o motorista de aplicativo. A última morte no sistema socioeducativo foi em 2020. Outros três adolescentes suspeitos da ação contra o interno tem idades de 15 e 17 anos e foram levados ao Departamento de Homicídios e a sede da Perícia Forense.

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Segundo o titular da 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, juiz Manuel Clístenes, o adolescente de 14 anos pertencia a uma ala de jovens com bom comportamento, e ficava no dormitório com o irmão e o primo, todos apreendidos pela morte do motorista. O adolescente teria cometido uma transgressão e foi encaminhado para outra ala. No novo espaço, os novos colegas tiveram um bate-papo e cada um informou o seu ato infracional. O jovem de 14 anos afirmou que havia praticado o ato análogo ao latrocínio.

De acordo com o juiz, não satisfeito em contar o motivo de estar apreendido, ele detalhou toda a ação contra Hilker, que teve o corpo carbonizado. O motorista de aplicativo não reagiu ao assalto. O trio encontrou uma foto do profissional do período que era da forças armadas e resolveu matá-lo ateando fogo no corpo do rapaz, que deixou esposa e filho após quatro semanas internado no Instituto Doutor José Frota (IJF). O caso foi registrado no ano de 2020. 

Aviso: neste parágrafo, o texto contém informações que podem ser considerados gatilhos para parte dos leitores. A ação contada pelo infrator não foi bem aceita pelos colegas de dormitório, que resolveram aguardar um momento tranquilo e pegar o jovem de surpresa. Na ocasião, ele foi enforcado e cortado com gilete. Na unidade não foram ouvidos barulhos de grade ou gritos. O que reforça a informação de que o rapaz foi surpreendido. 

O juiz afirma que além do jovem ter sido colocado com outros do mesmo território, para não acontecer ações de disputa de facções, ele também não sofria ameaças. O magistrado explica que o latrocínio não é considerado um crime que coloque os adolescentes em risco dentro do sistema socioeducativo. O crime sexual, por exemplo, já é um motivo para o isolamento.

Depois que mataram o adolescente, os companheiros de dormitório chamaram os agentes socioeducativos e informaram que haviam matado o rapaz. O Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) foi acionado, no entanto, ele estava em óbito. 

Por meio de nota, a Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) informou que "o fato isolado" aconteceu por volta das 21 horas em um dos alojamentos. Estavam quatro adolescentes, entre eles a vítima. Os três envolvidos foram identificados e levados à delegacia. Os coordenadores da Seas, de Segurança e de Gestão, compareceram à unidade, realizaram os relatórios formais e encaminharam a comunicação ao Sistema de Justiça do Estado. O órgão afirmou que a Assessoria de Diretrizes Socioeducativas e a Equipe Técnica estão prestando apoio à família do adolescente e que a Corregedoria apura as causas do ocorrido. 

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) também se pronunciou por nota e informou que os três adolescentes, com idades de 15 e 17 anos, foram conduzidos à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde um ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso foi lavrado contra eles. O trio possuía atos infracionais análogos aos crimes de homicídio, tráfico de drogas e roubo, foi colocado à disposição da Justiça. 

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