Casos de Chikungunya em Fortaleza aumentam mais de 300% entre 2021 e 2022

Regional VI é a mais impactada pela doença, com 350 ocorrências

00:09 | Abr. 21, 2022

Por: Lara Vieira
Mosquito Aedes aegypti pode transmitir dengue, zika e chikungunya (foto: ANDRE PENNER/AP/ALLIANCE PICTURE)

No início deste ano, Fortaleza sinalizou alerta sanitário para o aumento de casos de Chikungunya. De acordo com dados da Prefeitura, atualizados até essa terça-feira, 19, desde o começo de 2022, Fortaleza já contabiliza 806 casos da doença. O número chama atenção quando comparado ao total de casos registrados no ano passado, que totalizou 186 ocorrências, ou seja, um aumento de cerca de 333%. O aumento de casos é atribuído ao período chuvoso, que facilita a procriação do mosquito transmissor da doença.

Os dados ainda indicam que apenas sete bairros do Município englobam cerca de 68,11% dos casos. São eles: Prefeito José Walter (169), Jardim das Oliveiras (155), Cidade dos Funcionários (73), Mondubim (49), Luciano Cavalcante (40), Parque Manibura (38) e Serrinha (25). De acordo com dados do Sistema de Monitoramento Diários de Agravos (SIMDA), da Secretaria de Saúde de Fortaleza (SMS), a área que mais concentra casos de Chikungunya na Capital é a Regional VI, com 350 ocorrências.

De acordo com Bruna Custódio, coordenadora médica Nest Saúde, o período chuvoso é propício para o surgimento das arboviroses, como dengue, Zika e chikungunya. “A febre chikungunya é uma infecção causada pelo vírus de mesmo nome que provoca sintomas como aumento na temperatura corporal e mal-estar, em um quadro que lembra gripe ou mesmo dengue. Além disso, a piora acontece com as fortes dores nas articulações”, pontua.

Dentre os principais sintomas da doença estão febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode, também, ocorrer dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Ainda não existe vacina ou medicamentos contra Chikungunya. Dessa forma, de acordo com a médica, é preciso estar atento também às medidas de prevenção, que podem evitar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença.

“A única forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos", aconselha Bruna Custódio. Ela recomenda, ainda, o uso de repelentes e inseticidas, além de mosquiteiros que proporcionem boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.

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