Acusado de decapitar e torturar três mulheres é sentenciado a 83 anos de prisão

As três jovens foram torturadas, decapitadas e tiveram as mortes filmadas e divulgadas em redes sociais. Os corpos foram encontrados uma semana após as mortes

18:27 | Abr. 20, 2022

Por: Jéssika Sisnando
 MAIORIA dos casos de esquartejamento no Ceará estaria relacionada a guerra entra facções criminosas (foto: FÁBIO LIMA)

Jonathan Lopes Duarte foi sentenciado a 83 anos de reclusão pelo homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e participação em organização criminosa. As informações são do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O crime pelo qual ele foi condenado ocorreu em 2018, quando três jovens foram mortas vítimas de decapitação e tortura.

As ações criminosas aconteceram em um mangue no bairro Vila Velha, em Fortaleza, e foram filmadas pelos próprios envolvidos. A decapitação de uma das vítimas aconteceu quando ela estava viva e toda a ação foi divulgada em redes sociais, imagens de extrema violência.

O crime aconteceu no dia 2 de março de 2018 e vitimou Nara Aline Mota de Lima, de 23 anos, Ingrid Teixeira Ferreira, de 22 anos e Darcyelle Ancelmo Alencar, de 31 anos. Elas foram identificadas por exame de DNA devido o estado de putrefação e esquartejamento. Os corpos foram encontrados no dia 9, sete dias após a morte.

O crime foi investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que prendeu, inicialmente, Rogério Araújo de Freitas, de 26 anos, o Chocolate, que confessou ter esquartejado as vítimas. Além dele, Francisco Robson de Souza Gomes, o Mitol, de 28 anos, o Bruno Araújo de Oliveira, conhecido como Bruno Biloco, de 25 anos, Jeilson Lopes Pires, de 22 anos, Júlio César Clemente Silva, o Léo Bifão, 30, foram detidos no mesmo período.

Já o Jonathan Lopes Clemente foi preso posteriormente, pois não havia sido encontrado na época da notificação. A investigação do DHPP apontou que a ordem para a morte das moças partiu de dentro do presídio. Durante as prisões, a Delegada Cláudia Guia, que acompanhou o caso, informou que durante os depoimentos, alguns dos criminosos afirmaram que o alvo do crime era Nara, a moça de cabelo curto, que havia se mudado do Maracanaú, Região Metropolitana, para a Barra do Ceará, em Fortaleza. Para eles, a Nara era da facção rival.

Já a Darciyelle e a Ingrid foram executadas pois estavam no momento do sequestro e foram junto. Elas viram os acusados e foram testemunhas. Nara foi a primeira a ser morta, em seguida Ingrid e Darcyelle. As vítimas foram obrigadas a gravar vídeos rasgando a camisa do Comando Vermelho, ou seja, afirmando que estavam saindo da organização criminosa.

Parte dos integrantes do grupo afirmavam que foram ao local por curiosidade, mas não confessaram ter participado do crime. Vídeos que mostram as decapitações e torturas chegaram a ser encaminhados aos familiares das vítimas, antes que os corpos fossem encontrados, o que aumentava a angústia de todos. Um adolescente indicou o lugar onde estariam os corpos, era um mangue e as vítimas haviam sido enterrados em covas. Para chegar ao local, que era uma espécie de ilha, havia necessidade de um pequeno trajeto de barco. Ali, a Polícia encontrou as três mulheres.

Outros condenados do caso

Em 2019, o réu Francisco Robson de Souza Gomes, que está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, foi condenado a 85 anos e 6 meses de prisão.

Bruno Araújo de Oliveira, Jeilson Lopes Pires, Rogério Araújo de Freitas e Júlio César Clemente da Silva foram sentenciados, respectivamente, a 78 anos e 6 meses; 85 anos; 78 anos; e 8 anos e 6 meses, todos inicialmente em regime fechado.