Missa de Páscoa na Catedral de Fortaleza tem maioria de fiéis sem máscara
O item de proteção não é mais obrigatório, de acordo com decisão governamental. Cuidados sanitários, como o uso de álcool em gel e a higienização dos ambientes, deve ser mantido nas igrejas, conforme o arcebispo Dom José AntônioFiéis foram à Catedral Metropolitana de Fortaleza, no Centro, para celebrar o Domingo de Páscoa, uma das datas mais importantes da fé cristã. Nesta noite, o templo religioso voltou a ficar lotado, com ocupação total dos bancos de madeira instalados na igreja, além de um número significativo de pessoas em pé e sentadas em cadeiras de plástico e de praia. A missa foi presidida pelo arcebispo Dom José Antonio Aparecido Tosi Marques e começou às 19 horas.
Com a liberação do uso de máscaras em ambientes fechados na última sexta-feira, 15, a maior parte dos fiéis preferiu dispensar o equipamento de proteção, antes obrigatório desde a retomada das celebrações presenciais após a fase mais crítica da pandemia. A necessidade do uso de máscara segue em vigor apenas no transporte público e em unidades de saúde, como hospitais, postos de saúde e UPAs.
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O autônomo Renato Teixeira, 38, comemorou a oportunidade de estar efetivamente retornando às missas de forma comunitária. Ele foi à igreja com sua esposa e três filhos. “Para nós é uma grande ressurreição. Sabemos que muitas vidas foram levadas pela pandemia, mas estamos aqui para interceder por esses irmãos que se foram”, disse. “A maior intenção é louvar a Deus por estarmos aqui, lembrando que um dia vamos reencontrar nossos irmãos”, acrescentou.
Uma das poucas a fazer uso de máscara no espaço, a técnica de planejamento Samara Trajano, 32, reforçou ser muito importante estar presencialmente na igreja para acompanhar a missa e poder fazer a comunhão. Ela acrescentou que o uso da máscara é uma forma de proteção adicional. “Liberaram as máscaras, mas nós temos a liberdade para manter se quisermos”, pontuou a técnica, que estava acompanhada de sua mãe, Rosângela Trajano, 57 — que também fazia uso da máscara de proteção.
O arcebispo Dom José Antônio, que preferiu não fazer uso da máscara durante a celebração, considerou que, aos poucos, a humanidade está vencendo a pandemia. “Espero que a gente tenha aprendido e esteja aprendendo muita coisa, como passar mais tempo com a família, cuidar mais da nossa saúde e da saúde dos outros. Acho que nada na vida acontece sem que seja para algum bem”, ponderou. “Enfrentamos dois anos de silêncio, mas que foram muito importantes também”, disse.
Ele reforçou que os cuidados higiênicos implementados durante a pandemia, como o uso de álcool em gel e a limpeza dos ambientes devem permanecer neste momento. “Vamos ver como as coisas vão funcionar a partir de agora”, acrescentou o religioso. Dom José Antônio esclareceu que as igrejas estão seguindo as orientações tomadas em decretos pelo Governo do Estado como vem realizando desde o início da crise na saúde.
O comerciante Gleilson Moreira Martins, 44, vende terços em frente à Catedral e acompanha a retomada das celebrações presenciais desde as primeiras autorizações governamentais. Ele disse que este domingo foi o dia com maior lotação após a volta das missas e espera que o movimento ajude no crescimento de suas vendas. “Eu venho à igreja, consigo assistir à missa e sustentar minha família por meio da venda dos meus terços”, conta Gleilson, que teve a ideia de iniciar a venda do material quando estava em tratamento em uma casa de recuperação.
No Vaticano, o papa Francisco pediu neste domingo que os líderes das nações "escutem" o clamor pela paz em uma "Páscoa da Guerra", na qual se referiu a uma Ucrânia "martirizada" pelo conflito. "Vimos muito sangue, muita violência", disse o papa em sua tradicional benção "Urbi et Orbi" diante de cerca de 50 mil fiéis na Praça de São Pedro, em Roma. O papa argentino pediu aos fiéis que não "se acostumem com as guerras".