Após 40 dias com chuvas, Fortaleza volta a ter predomínio do sol nesta terça-feira

Com tempo aberto e sol forte, a Capital cearense bateu 32°C de máxima durante a tarde desta terça-feira, 12. Segundo meteorologista ouvido pelo O POVO, tendência é que a intensidade das próximas chuvas diminua em relação às precipitações anteriores

22:22 | Abr. 12, 2022

Por: Luciano Cesário
Brasil registra um total de 92 mortes em decorrência da Covid-19 nas últimas 24 horas (foto: Aurélio Alves/ O POVO)

Depois de 40 dias seguidos com chuvas, Fortaleza voltou a registrar predominância do sol nesta terça-feira, 12, e atingiu máxima de 32°C durante a tarde, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Sem a nebulosidade característica dos dias chuvosos, a Capital Cearense teve céu aberto com poucas nuvens durante todo o dia. A temperatura mínima atingiu a casa dos 30°C e a intensidade dos ventos ficou em apenas 2,4 quilômetros por hora ( km/h).

Embora o sol tenha predominado mais nesta terça-feira em relação aos dias anteriores, não houve alta atípica nos níveis de temperatura, conforme explicou ao O POVO o meteorologista da Funceme, Vinícius Oliveira. “Como a gente vinha de vários dias com chuvas, algumas até durante o período da tarde, não estávamos sentindo temperaturas tão elevadas. Agora, com esse predomínio maior do sol, a gente acaba sentindo um pouquinho mais essa temperatura, mas nada além do normal”, ressaltou.

O reaparecimento do sol forte na Capital cearense pode estar relacionado à atuação da Zona de Convergência Intertropical [ZCIT], que segundo Oliveira, afastou-se do território cearense nos últimos dias. Com essa configuração, a tendência, segundo ele, é que haja uma diminuição nos níveis de precipitações, não somente em Fortaleza, mas em todo o Estado.

“Ainda estamos na quadra chuvosa, então ela [ZCIT] deve permanecer por perto, pelo menos até o fim de abril, mas até lá podem ocorrer essas oscilações no seu posicionamento, e é isso que vem acontecendo, inclusive, nas últimas semanas”, explicou. O fenômeno, segundo o meteorologista, é o principal sistema indutor de chuvas nas regiões Norte e Nordeste.

La Ninã

Além da ZCIT, outro fenômeno que exerce influência sobre a estação chuvosa cearense é o La Ninã, caracterizado pela intensificação de ventos alísios [massas de ar quente e úmido], entre o centro e o leste do Oceano Pacífico, causando o resfriamento das águas e, consequentemente, influenciando nos níveis de pluviometria em várias partes do mundo.

“Estamos ainda com a La Ninã e a tendência é que a gente deva terminar pelo menos o trimestre fevereiro/março/abril com esse fenômeno. É um sistema que acaba não atrapalhando o regime de chuvas aqui no Ceará, então, consequentemente pode ou não ajudar”, explicou Vinícius Oliveira.

O especialista acrescenta que, apesar de a La Ninã servir para ampliar o horizonte meteorológico do Estado, existe um outro fenômeno com mais influência sobre a qualidade da estação chuvosa no Ceará, o Dipolo do Atlântico, classificado nos níveis neutro, positivo e negativo.

“No momento, ele encontra-se neutro. O que mais ajuda para as chuvas aqui na nossa região seria um Dipolo negativo, indicando que as águas do Atlântico Tropical Sul estão mais aquecidas do que as águas do Atlântico Tropical Norte. No momento, elas estão equivalentes, por isso esse status de neutralidade”, Detalhou.

Previsão

Se o sol voltou a predominar na Capital, o mesmo não se pode dizer de outros 144 municípios cearenses onde foram registradas chuvas nesta terça-feira, segundo dados consolidados da Funceme. Os maiores acumulados foram em Milagres (100 mm) e Barbalha (74 mm), ambas na região do Cariri. Em Fortaleza, não houve registros de precipitações nas últimas 24 horas.

A previsão até a próxima quinta-feira, 14, véspera de feriado, aponta que a Capital cearense pode voltar a registrar pancadas de chuva, mas em menor intensidade na comparação com os últimos dias. De acordo com a Funceme, há chances de chuvas em todas as macrorregiões do Estado, mas os maiores acumulados devem ocorrer no noroeste cearense.

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