Reinaugurado recentemente, Parque Rachel de Queiroz tem lixeiras furtadas e quebradas

Com uma simples caminhada pelo parque, é possível perceber que a maioria das lixeiras já não estão mais nos pontos de descarte onde foram instaladas há pouco mais de um mês

Reinaugurado há pouco mais de um mês, o Parque Rachel de Queiroz, no bairro Presidente Kennedy, em Fortaleza, teve parte de suas lixeiras furtadas ou quebradas nos últimos dias. Com menos opções para o descarte dos resíduos, não é difícil encontrar lixo espalhado pelo chão no local. O espaço foi reaberto ao público oficialmente no dia 16 de fevereiro deste ano, após passar por obras de requalificação.

Na data em que a obra foi entregue, havia 26 conjuntos de lixeiras seletivas e outras 27 lixeiras de concreto espalhados pelo local. Nesta segunda-feira, 4, durante visita ao parque, O POVO constatou que a maioria dos pontos de descarte já não contavam mais com lixeiras instaladas. O problema atinge principalmente as lixeiras seletivas, que são feitas de plástico.

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A vendedora Roseane Medeiros, que vai ao parque diariamente para comercializar salgados e sucos, afirma que nem mesmo os equipamentos de concreto estão escapando das ações de vandalismo. “Semana passada teve uma [lixeira] de concreto que amanheceu toda quebrada, tá um caso sério. Aí o pessoal fica sem ter onde colocar o lixo e acaba jogando no chão mesmo. Eu trago uma [lixeira] de casa para os meus clientes jogarem [o lixo] aqui”, relata.

População não cuida

O eletricista Anderson Sousa, que foi ao parque pela primeira vez com a família na tarde desta segunda-feira, disse ter ficado surpreso com a quantidade de lixo espalhada pelas áreas de convivência, principalmente no gramado. Para ele, mais do que cobrar ação do Poder Público, é necessário que os frequentadores e as pessoas das comunidades no entorno estejam dispostas a manter o espaço conservado diariamente.

“Aqui está um negócio tão bacana comparado ao que era antes, que só tinha mato, praticamente. Mas a população não tem esse senso de cuidado, infelizmente. Quem mais é para preservar esse espaço são as próprias pessoas, porque é uma coisa que beneficia todas as regiões aqui circunvizinhas. Como isso não acontece, acho que a Prefeitura deveria pensar em soluções, o que não pode é ficar desse jeito”, comentou.

Na visão do jornalista Alan Dourado, que vai ao parque todos os fins de tarde para caminhar com seu cachorro, a solução do problema não é tão simples e passa diretamente pelo reforço do efetivo policial no local. “Infelizmente essa é uma questão de falta de educação que só se resolve a longo prazo. De forma imediata, precisa de repressão, não há outra alternativa. Vejo que há policiamento, mas eles ficam mais em um ponto fixo, e o perímetro aqui é grande, precisa de mais agentes”, opina.

O frequentador ainda observa que há necessidade de manutenção nas nove lagoas do parque. Isso porque, com a falta das lixeiras, parte dos resíduos que são descartados no chão vão diretamente para as águas, que ficam poluídas e impróprias para a reprodução de peixes, por exemplo. “Lembro que tinham soltado vários alevinos em dois lagos daqui, e tava dando [reproduzindo] muito peixe. Só que, como não tem manutenção, os aguapés cresceram muito e todos os peixes morreram por falta de oxigenação”, afirmou.

"Vaquinha" para coleta de lixo

Além do furto das lixeiras, o vendedor Danilo Araújo, que comercializa bijuterias artesanais no parque, diz que o local não conta com coleta de resíduos. “Estou aqui vendendo há quase dois meses, e nunca vi nenhum funcionário da Prefeitura recolher lixo dentro do parque. Geralmente essa limpeza acontece só no entorno, porque aqui dentro somos nós quem organizamos a coleta”, disse.

Segundo ele, com a falta da coleta, os próprios vendedores que trabalham no parque organizaram uma espécie de "vaquinha" para custear a contratação do serviço por conta própria. “A gente se reúne, faz uma cota e paga a uma pessoa para limpar. Se a gente não fizer isso, nós que vamos sair prejudicados, porque vamos trabalhar na sujeira e isso afasta os clientes”, acrescentou o vendedor.

Respostas

Em nota enviada ao O POVO,  a Secretaria da Gestão Regional (Seger), por meio da Regional 3, afirmou que as lixeiras quebradas no Parque Rachel de Queiroz foram alvo de atos de vandalismo e que novos equipamentos para descarte de resíduos serão solicitadas para o local. Já sobre o lixo acumulado nas áreas de convivência do parque, a Secretaria pontuou que os detritos foram descartados de forma irregular e que haverá uma ação para recolher os resíduos ainda nesta semana.

A SCSP ainda afirmou que, ao contrário do que disseram os comerciantes que trabalham no parque, a gestão municipal realiza a limpeza frequente do espaço. "O cidadão também pode realizar solicitações de limpeza por meio da Central 156, por telefone e aplicativo, ou ainda na sede da Regional 3, localizada na Avenida Jovita Feitosa, 1264, no bairro Parquelândia", finaliza a nota.

O POVO também procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e questionou a pasta sobre o pedido de aumento do efetivo policial no parque. Por meio de nota, a Secretaria informou que mantém policiamento de forma permanente no local, através de equipes do ciclopatrulhamento, da Polícia Militar, em "horários de maior vulnerabilidade".

"A área também recebe policiais do Policiamento Ostensivo Geral (POG) e de serviço extra (IRSO), que intensificam a segurança. O efetivo soma-se às bases móveis disponibilizadas para atuarem no Parque. Todo o policiamento empregado atua 24h", diz a nota.

A pasta ainda pede que, diante de qualquer suspeita, a população acione a Polícia Militar, por meio do telefone 190. Caso não seja possível evitar o delito, a orientação é registrar um Boletim de Ocorrência (BO) em uma delegacia de polícia, presencialmente, ou por meio da Delegacia Eletrônica (Deletron), serviço que funciona em regime de plantão, ou seja, 24 horas por dia. 

Corrigida às 08h21min e atualizada às 16h13min de 06/04/2022 

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