"O pior momento foi quando a médica informou o óbito para a mãe", diz oficial dos bombeiros
Bombeira e mãe, oficial Renata Stuani falou sobre o resgate de Derik, de 2 anos, que não sobreviveu. "O coração da gente fica do tamanho de uma ervilha e ao mesmo tempo, como comandante de guarnição, é necessário ter foco profissional para tirar a criança na esperança que ela estivesse com vida"Antônio Derik Levi Sousa dos Santos, 2 anos, morreu depois de cair em um poço dentro de uma residência, localizada no bairro Autran Nunes, em Fortaleza. O resgate da criança foi realizado pelo Corpo de Bombeiros nesse domingo, 13. A responsável pela equipe, a tenente Renata Stuani, saiu da licença maternidade recentemente e relata, como mãe e integrante do Corpo de Bombeiros, a complexidade do caso. "Eu como mãe me coloquei o tempo todo no lugar dessa mãezinha. O pior momento foi quando a médica informou o óbito", conta.
Com 12 anos de Polícia no Estado do Ceará e, atualmente, prestes a completar um ano como oficial do Corpo de Bombeiros, a tenente Renata relatou que, apesar de presenciar ocorrências todo dia, essa foi a que mais "mexeu com ela".
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"Saí do serviço e corri para casa da minha mãe para dar um abraço no meu bebê. A ocorrência acaba mexendo muito com a gente", ressalta.
A tenente explica que estava trabalhando no Salvamento, na avenida Presidente Castelo Branco, também conhecida como Leste Oeste, quando a equipe foi acionada para um caso de criança desaparecida.
"A gente tinha a esperança que iria encontrar a criança em outro local. Na casa do vizinho ou até mesmo na própria casa. Quando chegamos armamos logo o sistema, e coloquei um dos bombeiros para ver se conseguia localizar a criança. De cima com as lanternas não era possível enxergar o fundo", afirma.
Conforme a oficial, com cinco minutos o bombeiro confirmou que visualizava Derik. "O coração da gente fica do tamanho de uma ervilha e ao mesmo tempo, como comandante de guarnição, é necessário ter foco profissional para tirar a criança na esperança que ela estivesse com vida", comenta.
Foram acionados a equipe de mergulhadores e o Serviço Móvel de Urgência (Samu). A equipe de mergulho estava em outra ocorrência, então, foram realizados os procedimentos para que a guarnição pudesse retirar a criança.
O suporte avançado chegou, e foi iniciada a respiração cardiopulmonar. "Eu só pensava em correr para casa e abraçar meu filho", afirma.
O bebê da tenente tem seis meses e fica com a avó materna enquanto ela trabalha. "Ela cuida muito bem. Se duvidar melhor que eu, mas sempre oriento sobre os cuidados em relação a desengasgo, tomadas, banheiras, baldes, a deixar afastado de janelas. Sobre telas de proteção", recomenda.
A tenente Renata acompanhou o translado da criança até o hospital e lá presenciou o momento do aviso da morte do pequeno Derik. "O pior momento foi quando a médica informou o óbito para mãe. Nessa hora, por mais profissionais, a equipe de saúde e eu, nós ficamos todos emocionados. A mãe pediu para ver a criança e começou a abraçar o bebê dela. Foi muito difícil."
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente