Homem é condenado a 46 anos de prisão por triplo homicídio em Fortaleza

Caso ocorreu em 2018 e teria sido motivado por rivalidade entre facções. Uma quarta pessoa ainda ficou ferida. Réu negou participação no crime

18:59 | Fev. 24, 2022

Por: Lucas Barbosa
Foto de apoio ilustrativo. Denunciados vão responder pelo crime de homicídio qualificado e podem pegar até 30 anos de cadeia (foto: TJCE/DIVULGAÇÃO)

Mauro Nascimento de Sousa, de 26 anos, foi condenado a 46 anos e 8 meses de prisão por um triplo homicídio ocorrido em 21 de abril de 2018 na comunidade dos Plásticos, localizada no bairro Quintino Cunha. A decisão foi tomada nessa quarta-feira, 25, pela 4ª Vara do Júri. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), o crime ocorreu em decorrência da rivalidade entre facções criminosas. Mauro negou participação no crime.

O réu seria integrante da facção Comando Vermelho (CV), enquanto o local onde o crime ocorreu teria atuação da facção Guardiões do Estado (GDE). Os disparos, afirmou o MPCE, tinham "claro propósito de lesionar e eventualmente matar pessoas da comunidade rival, fossem elas vinculadas ou não à organização criminosa".

Na ação, foram mortos: Ítalo Oliveira Pereira, de 19 anos; Gustavo Carlos Tavares e Jonathan Andrade de Oliveira Barroso, de 17 anos. Os três chegaram a ser encaminhados ao hospital, mas não resistiram. Uma quarta pessoa também foi atingida, mas sobreviveu após o atendimento médico.

Conforme a investigação, Mauro praticou o crime da garupa de uma moto. O condutor do veículo não foi identificado, porém. As vítimas estavam em uma esquina quando foram surpreendidas pelos criminosos.

A investigação colheu o depoimento de uma testemunha ocular, que reconheceu Mauro como o autor dos disparos. Conforme o depoimento, o acusado dizia: “Sai do meio, que é o trem bala!" e "eu matei esse bando de arrombado!". Seu comparsa ainda o teria chamado: “Bora, Mauro!"

Outros depoimentos afirmavam que Mauro já era conhecido por crimes na região, inclusive, outros assassinatos. Uma das testemunhas disse que ele chegou a voltar ao local do crime após o atendimento médico para se certificar que as vítimas haviam morrido.

Mauro ainda teria passado a intimidar moradores do bairro para que eles não o delatasse à Polícia. Diversas pessoas teriam testemunhado o fato, mas tinham medo de prestar depoimento, disse outra pessoa ouvida na ação penal.

Em depoimento à Polícia Civil, Mauro negou as acusações. Ele disse que não era faccionado e que estava no trabalho no momento do crime. Segundo afirmou, ele apenas tinha "fama" por ter praticado um crime contra uma mulher, que, acompanhada do namorado, teria tentado matá-lo. Ele, inclusive, teria sido expulso de onde morava por integrantes do CV por não querer ser faccionado e porque os integrantes da facção não gostaram do crime que havia praticado por ter atraído a atenção da Polícia.

Mauro foi condenado, três vezes, por homicídio qualificado por motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por por homicídio qualificado por motivo torpe e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima em sua forma tentada. Ele pode recorrer da sentença, mas não o poderá fazer em liberdade.