Coletivos LGBTs fazem ato de repúdio à morte da travesti Sofia
O pedido é para mais segurança e delegacias especializadas para a população LGBTQ+. Nesta terça-feira, completa-se ainda cinco anos do transfeminicídio de Dandara dos SantosNo dia que se completam cinco anos do assassinato da travesti Dandara dos Santos, e que também é o Dia Municipal de Enfrentamento à Transfobia, a Associação de Travestis e Transexuais do Estado (Atrac) realizou manifestação em repúdio ao crime bárbaro que vitimou a travesti Sofia, há quatro dias, no Grande Bom Jardim.
Eduardo Rodrigues, líder sindical, afirmou que estava na manifestação para exigir da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) mais segurança para a população LGBTQIA+. "Estamos cansados de todos os dias acordar com um(a) de nós assassinados(as)", ressalta.
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O líder sindical afirma que nas delegacias comuns não são bem acolhidos e as pessoas não sabem definir os gêneros. "Nas delegacias, há necessidade de ir acompanhados por advogados. Estou movendo ação de transfobia (...) e o caso está na Justiça (...) Nós não podemos nos calar diante de tanta maldade. O que a gente quer é só viver! Qual é o mal de existir? Somos como qualquer outro cidadão, que trabalha e paga nossos impostos e temos direito de andar nas ruas com segurança, sem medo, de andar de mãos dadas, beijar na rua, sem medo. Estamos aqui por Dandara, Sofia e por todas nós", relata.
A vereadora de Fortaleza Louise Santana, do mandato Coletivo Nossa Cara (Psol), afirma que as pessoas trans têm vidas que precisam ser preservadas e cuidadas. "Não devem ser pensadas apenas quando crimes hediondos como esses são cometidos. Em 2021, a luta era para que tivéssemos orçamento para a Casa Janaina Dutra, que é o centro de referência LGBT municipal. E também há luta constante em defesa das casas de acolhimento, pois muitas pessoas trans passam por abandono familiar e saem do espaço da escola e do emprego formal", relata.
Lila M. Salu, que também é do mandato, relata que a população LGTB precisa ser reconhecida pelo Estado. E que seja notado que essa população é a que está mais vulnerável a violência. Além disso, ela destacou que a família, quando perde um parente vítima de transfobia, fica desamparada e também sofre preconceito.
Em Fortaleza, 15 de fevereiro é considerado o Dia Municipal de Enfrentamento à Transfobia, instituído pela Lei nº 10.709/2018 de autoria da vereadora Larissa Gaspar, que também participou da manifestação dessa terça.
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O caso
Sofia ou Giselly, como também era chamada, tinha 22 anos, era filha de pais separados e morava sozinha no Parque Santo Amaro, no Grande Bom Jardim, em Fortaleza. A jovem era travesti e foi morta a pedradas na madrugada desta sexta-feira, 11. O corpo foi encontrado em um terreno na avenida Osório de Paiva. Um crime brutal e que chamou atenção de toda a Capital. Sofia tinha o sonho de ser cabeleireira e ter o próprio salão. A família ficou desolada com o crime.
(Colaborou fotógrafa Thaís Mesquita)
Atualizada às 08h51 de 16/02/2022