Concurso premia ideias inovadoras para manter praia do Havaizinho limpa

Melhor ideia terá prêmio de R$ 12 mil. Segundo e terceiro lugar receberão R$ 8 mil e R$ 5 mil, respectivamente.

Manejar os resíduos sólidos do Havaizinho, no Poço da Draga, é o principal objetivo do edital Ondas Sustentáveis, lançado pelo Instituto Cultural Iracema. O local, que consiste na faixa de areia da Ponte Velha até a Ponte dos Ingleses, na Praia de Iracema, sofre com lixo deixado por banhistas e pela população. Como modo de solucionar o problema, o edital busca projetos inovadores que ajudem a manter a praia limpa.

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Segundo a diretora do instituto, Paola Braga, a praia do Havaizinho está sendo “redescoberta pela cidade”, o que aumenta a quantidade de frequentadores e de resíduos deixados por eles. Por isso, o instituto busca ideias de mobiliários urbanos que “possam ficar naquele local, com todas as intempéries, como sol, vento e maresia, e ajude a prefeitura na gestão desses resíduos”, explica Paola.

Ela conta que um projeto parecido já foi feito para a Praia dos Crushes. Um mobiliário em formato de golfinho foi uma das ideias utilizadas nesse ponto como espaço para os banhistas jogarem cocos secos. Outro projeto implementado foram bituqueiras feitas com PVC, um local para fumantes jogarem suas bitucas de cigarro, o que evita a ida do material para a areia da praia e para o mar.

“São soluções simples, mas criativas, que ajudam o poder público”, diz Paola. O prêmio para a melhor ideia será de R$ 12 mil, o segundo lugar receberá R$ 8 mil e R$ 5 mil será entregue para o terceiro projeto melhor pontuado. As inscrições podem ser feitas até o dia 23 de fevereiro.

Os projetos serão julgados por uma comissão por representantes ligados ao tema do edital. As ideias serão pontuadas conforme a sustentabilidade, a acessibilidade, a facilidade de execução, a versatilidade, o baixo custo, criatividade e habilidade técnica para desenvolver.

Contrapartida para a comunidade

Segundo Paola, o edital nasceu também de uma vontade da comunidade do Poço da Draga de melhorar a sustentabilidade do entorno. O diálogo com os moradores deverá ser também um dos pontos pensados por quem deseja participar do concurso, pois todos devem pensar em oficinas, palestras ou workshops que serão ofertados à população do local.

Para o morador do Poço da Draga e ativista ambiental João Carlos Góis da Silva, a contrapartida pode ser um momento de aproximação entre a comunidade e os realizadores do projeto. “Acho fundamental, porque devo dizer que parte do problema é cultural, não só na praia, mas em Fortaleza inteira. A população não está acostumada a fazer um manejo melhor do seu resíduo.”

João acredita que o trecho de praia do Havaizinho é “desassistido pela gestão pública em termos de limpeza”. “Você anda por ali e não tem nenhuma lixeira grande sinalizada. É um trecho bem sujo”, relata. Em uma ação ambiental, ele e um grupo de 30 pessoas recolheram quase 100 kg de lixo na praia. “E parece que não tínhamos juntado nada”.

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